Programa de viagens do Multishow, Lugar incomum desembarca no Chile. Leia entrevista com a apresentadora Didi Wagner, que adorou o país latino-americano
Exibido há 14 anos pelo Multishow, o programa de viagens Lugar incomum, com Didi Wagner terá a primeira temporada na América Latina. A partir desta segunda-feira, às 18h, a gente vai acompanhar a apresentadora pelo Chile. Em 10 episódios, Didi vai atravessar o país de dimensões continentais de norte a sul, mostrando ao público quantas culturas convivem num mesmo país.
“Em duas semanas no país, nós passamos por cenários diversos como glaciares (Patagônia), o deserto mais árido do mundo (Atacama), vales com vegetação abundante (Vale do Elqui), montanhas com picos nevados (Cordilheira dos Andes), vulcões (Osorno, entre outros), praias (Baía Inglesa), rios (Rio Petrouhé), lagos (Lago Llanquihue), entre tantas outras paisagens únicas e especiais. O Chile tem uma vastidão de paisagens naturais e centros urbanos com identidade própria. Eu fiquei encantada com essa diversidade”, conta Didi, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Entre os momentos marcantes da temporada, Didi destaca o céu em pontos como o Atacama e o Vale do Elqui. “O Vale do Elqui é conhecido por ter um dos céus mais limpos do mundo e por isso que lá se concentram vários observatórios astronômicos. Ali, com a ajuda de um telescópio potente, eu enxerguei Saturno. Uma experiência emocionante.”
Apesar de tantas belezas naturais, Didi acabou se encantando mesmo foi com o povo chileno. “Esse para mim é sempre o maior atrativo de qualquer lugar: as pessoas. Claro que fiquei maravilhada com as belezas naturais do Chile, que são de fato deslumbrantes, mas o que na verdade mais me cativou foram as pessoas que eu pude conhecer e entrevistar para o programa”, afirma a apresentadora.
Entrevista// Didi Wagner
Como vocês escolhem os destinos do Lugar Incomum e como chegaram ao Chile?
A forma como escolhemos o novo destino do programa varia a cada temporada. Isso depende de vários fatores. No caso da nova temporada, no Chile, o escritório que representa a Secretaria de Turismo do Chile no Brasil nos procurou para sugerir que gravássemos uma temporada do Lugar Incomum no país. Pudemos contar com o suporte deles tanto na pré-produção (definição de localidades a serem visitadas, pesquisas de pautas, etc) como também com o apoio logístico durante as gravações.
O Chile é um país para o qual brasileiro vai muito. Foi difícil achar o que mostrar de diferente ali?
Por se tratar do país mais longitudinal do mundo, e também porque fizemos uma pesquisa aprofundada para trazer matérias originais para a nossa audiência, acredito que mostraremos várias localidades desconhecidas por muita gente. Nós, inclusive, encontramos poucos brasileiros durante nossa estadia no Chile. Ao mesmo tempo, vale dizer que eu postei algumas fotos no Instagram de lugares que visitamos, e alguns seguidores comentaram que já haviam estado ali. Achei muito interessante, porque mostra que nós, brasileiros, somos ótimos em descobrir lugares incomuns.
Quantos Chiles vocês encontraram em um país só?
Boa pergunta. Realmente são muitos Chiles dentro de um só. Em duas semanas no país, nós passamos por cenários diversos como glaciares (Patagônia), o deserto mais árido do mundo (Atacama), vales com vegetação abundante (Vale do Elqui), montanhas com picos nevados (Cordilheira dos Andes), vulcões (Osorno, entre outros), praias (Baía Inglesa), rios (Rio Petrouhé), lagos (Lago Llanquihue), entre tantas outras paisagens únicas e especiais. Além disso, as cidades chilenas têm características muito próprias. Santiago, capital do país, é mais cosmopolita e vibrante; Valparaíso tem uma configuração geográfica muito peculiar pelo fato de ser construída sobre morros e é conhecida pela arte de rua que domina os muros da cidade; Puerto Varas fica à beira de um lago e parece uma cidade europeia, já que foi colonizada essencialmente por imigrantes alemães. Realmente o Chile tem uma vastidão de paisagens naturais e centros urbanos com identidade própria. Eu fiquei encantada com essa diversidade do Chile.
O que mais te surpreendeu nas gravações?
Os chilenos, que, no geral são muito educados e simpáticos. Esse para mim é sempre o maior atrativo de qualquer lugar: as pessoas. Claro que fiquei maravilhada com as belezas naturais do Chile, que são de fato deslumbrantes, mas o que na verdade mais me cativou foram as pessoas que eu pude conhecer e entrevistar para o programa.
O céu do Chile costuma encantar as pessoas que vão ali e você costuma mostrar uma sintonia com a natureza no programa. Como foi contemplar um dos céus mais limpos do mundo?
Foi realmente incrível. Os dois lugares que mais me surpreenderam pela quantidade de estrelas no céu foram o deserto do Atacama e o Vale do Elqui. Eu já tinha conhecia o Atacama, mas, desta vez, tive a oportunidade de acampar à noite, no meio do deserto, sem a presença de luzes artificiais – assim, pude contemplar o céu da melhor forma. O Vale do Elqui é conhecido por ter um dos céus mais limpos do mundo e por isso que lá se concentram vários observatórios astronômicos. Ali, com a ajuda de um telescópio potente, eu enxerguei Saturno. Uma experiência emocionante.
Você conhecia todos os lugares a que foi nesta temporada?
Não. Eu já tinha ido ao Chile umas quatro vezes antes de visitar o país para as gravações. Mas só tinha conhecido Santiago, Portillo e Atacama. Com o Lugar Incomum, visitei pela primeira vez a Patagônia Chilena, Vale do Elqui, Baía Inglesa, entre outros lugares incríveis.
Esta é a primeira temporada na América Latina. Por que demorou tanto?
Ao longo desses 14 anos de programa, a gente teve a oportunidade de gravar na América do Norte (foram três anos seguidos gravando em Nova York), na Europa (diversos países), na Ásia (Lugar Incomum Japão) e na Oceania (Lugar Incomum Nova Zelândia). Acredito que existem muitos outros lugares que precisam ser desbravados pelo programa, como por exemplo o Canadá, México e alguns países do continente africano e do sudeste asiático. Assim como era uma vontade antiga minha de fazer uma temporada do programa em algum país da América Latina. Não sei explicar o porquê demorou tanto, mas posso afirmar que estou muito feliz em ter concretizado essa meta, ainda mais no Chile, que é um país com muita riqueza cultural, gente bacana e paisagens apaixonantes para mostrar para o Brasil.
Viagens costumam render várias histórias pitorescas e imprevistos contornados com jogo de cintura. O que você pode adiantar nesse sentido desta temporada?
É verdade! Toda viagem envolve algumas doses de “perrengues” e imprevistos. (risos) Aliás, que graça teria viajar se a gente não tivesse que de vez em quando exercitar nosso jogo de cintura, bom humor e sabedoria para lidar com essas situações, né? No caso da viagem do Chile não foi diferente. Tivemos que lidar com várias situações inesperadas, claro. Uma das particularidades desta temporada é que a maioria dos deslocamentos foi feita por avião, já que a distância entre dois pontos no Chile é normalmente grande. Pegamos oito voos internos em 15 dias – praticamente um voo a cada dois dias. Para voos internos, o limite máximo por bagagem é bem restrito, e as companhias aéreas chilenas são bem criteriosas com o controle de peso de cada mala. Nós éramos uma equipe de nove pessoas e, além da bagagem pessoal de cada um, estávamos levando muito equipamento de vídeo e áudio (câmeras, lentes, diferentes tipos de microfone, rebatedor de luz, drone, etc). A cada check-in, a gente fazia um quebra-cabeça com as malas de todos para tentar atingir o peso permitido. Ao chegar ao destino, também não era fácil encaixar tantos volumes no bagageiro da van que vinha nos buscar no aeroporto. A viagem toda foi praticamente um jogo de Tetris de malas e equipamentos! (risos)
Em tantas temporadas você já foi a várias cidades e países. Em quais você moraria? Por quê?
A diretora do programa, Paula Buarque, faz uma brincadeira que eu também adotei ao longo desses anos de Lugar Incomum. Depois de alguns dias de gravações, quando a gente começa a se afeiçoar àquele lugar (seja visitando pela primeira vez ou não), ela solta a seguinte frase: “eu poderia morar aqui”. É uma maneira nossa de dizer que fomos fisgadas por aquela cidade, região ou país. Nessa linha, eu poderia morar em vários lugares do mundo. Mas a verdade é que visitar um lugar não é a mesma coisa que morar. Não consigo dizer com propriedade onde eu teria vontade de morar porque durante a gravação do programa não consigo conhecer a fundo o dia a dia dos destinos que visito. Mas um dos lugares onde me sinto muito bem e voltaria a morar seria Nova York, que foi minha casa por quase cinco anos.
Em algum você não gostaria de voltar de jeito nenhum?
Não tem nenhum lugar para onde eu não voltaria, porque mesmo em circunstâncias onde eu tenha tido experiências muito negativas ou complicadas, foram situações momentâneas, que não representam a realidade perene dali. Acho que tenho sorte de nunca ter tido uma situação traumática a ponto de não querer pensar em voltar nunca mais para nenhum ponto do mundo.
Você faz um programa de viagem. Como está lidando com as restrições de viagens trazidas pela pandemia?
Estou lidando com essa situação como acredito que todos nós temos que lidar, que é com aceitação e entendimento de que é um momento passageiro. No momento atual, precisamos ter um pouco de paciência e lembrar que quem puder, é importante ficar em casa, para ajudar a conter disseminação da coronavírus. Torço para que a vacina seja encontrada logo e que seja disponibilizada para toda a população mundial, de forma ágil e igualitária. E espero que, depois que todos estivermos devidamente imunizados pela vacina, que nós possamos voltar a viajar com segurança e conhecer lugares lindos no mundo.
Você teve que remarcar alguma viagem?
Sim. Em julho nós tínhamos uma viagem programada para a família. Mas em um momento de pandemia mundial, com números tão assustadores de mortes por covid- 19, a questão de não poder viajar não é um problema. Problema é correr o risco de se expor ao coronavírus. Precisamos ter paciência, fé e esperança e saber que, alguma hora, tudo voltará ao normal. Vai passar.