Não importa o quanto a televisão seja poderosa — ela sempre vai responder a um tribunal que busca excelência: o povo. Por isso, o Correio foi até as ruas conferir com os que realmente têm a palavra final sobre o que fica e o que sai das telinhas, ou seja, a audiência.
As novelas não são hegemônicas e apostas, até então, com pouca preponderância agora estão mais no gosto do povo. Confira o que o brasiliense tem a dizer sobre a televisão brasileira em 2017.
Novelas e apelação
A cabeleireira Daiane Castro, 30 anos, aprovou em 2017 a novela A força do querer, de Glória Perez. Segundo ela, “a novela foi boa porque foi muito real, a Bibi (Juliana Paes) era uma personagem muito baseada na realidade”.
Entretanto, o balanço final de Daiane sobre a qualidade da televisão neste ano foi negativo. “Eu não estou achando muito interessante a televisão ultimamente. Tem muito apelo, muita pornografia”, defendeu. Daiane também não assiste a séries ou a programas de auditório.
A audiência jovem
Já Mário Xavier, 19 anos, viu a televisão de uma forma diferente de Daiane em 2017. Segundo o vendedor, o que mais teve relevância na tevê esteve no streaming: “O que eu mais vi foi séries na Netflix. Não vejo muita TV aberta, deixei de ver com o tempo”. No serviço, Xavier aposta nas séries e a favorita é Justiceiro.
“Gosto mais de séries de super-herói, mas com minha namorada eu vejo Orange is the new black também”. Sobre os motivos que o levaram a se afastar da TV aberta, Xavier explica: “Eu não me sinto muito interessado em TV em geral, a mídia manipula muito, então é mais difícil, por isso a gente vai pra outros meios”.
Histórias com auditório
Para Maria Aparecida Santos, 35, nada de novelas ou séries da Netflix, o que realmente foi mais visto em seu 2017 foi o programa de auditório do apresentador Geraldo Luís. “O que eu mais presto atenção é o Geraldo Luís. Eu vejo porque ele ajuda muita gente, tem muitas histórias”, aponta Maria. A mulher também assiste a jornais. “Eu não consigo acompanhar muita coisa por conta do trabalho, com o horário fica difícil ver uma coisa sempre”, justifica.
Amigos, amigos, televisão a parte
Do tempo que o músico Jackson Flávio, 40, passou em frente à tevê, grande parte foi com jornais. O balanço final do ano não é positivo: “A televisão teve muita violência. No jornal é só isso que aparece, é complicado porque você tem de se manter informado, então tem de ver”, comenta.
Sobre variedades, Jackson gostaria de ver mais programas musicais. “Eu gostaria de ver mais coisas de música, como The voice”, sugere.
Ele não foi um daqueles que se apegou à Netflix, diferentemente da amiga, Fabiana Pereira. A depiladora de 32 anos teve o 2017 marcado pelo total abandono da TV aberta, ficando só com a Netflix: “Eu não vejo muita coisa, vejo só a Netflix, e ainda só Grey’s anatomy. De resto, eu não vejo nada”.
Como Fabiana se mantém atualizada? Pelas redes sociais, mais especificamente pelo Facebook. “Eu acompanho notícias pelo Facebook. É mais rápido e prático, lá tem as informações”.
A nova fase da comédia
O jovem Petkovick Santos, 16, lembra que o que mais o marcou em 2017 foi a comédia. “Eu gosto de ver o programa do Danilo Gentili, porque ele tem um humor que não é exagerado. Diferentemente do Fábio (Porchat, seu principal concorrente), o Danilo faz a piada e a gente rir, o Fábio tem de dar uns gritos”, avalia. Por causa das aulas, Santos não tem muito tempo de ver TV. “Eu gostaria de ver mais séries, mas não dá muito tempo, então, nem compensa assinar Netflix, ia ser só para gastar”.
Ano do streaming
João Herbster, 20 anos, estudante, gosta de assistir a filmes de todos os tipos, mas gostou dos filmes de super-herói do streaming e do cinema. O estudante gostou das séries exibidas em 2017 e conta que o queridinho do ano foi Stranger things: “Eu gostei dessa série porque ela é diferente das outras e protagonizada por crianças, diferente de tudo que tem na Netflix”.
Sobre a tevê aberta, João conta que a programação não o agrada, e que às vezes vê filmes na tevê fechada com a família, mas sua verdadeira paixão são as séries: “Eu só vejo tevê aberta com a família, sozinho eu só vejo o streaming”.
Programa de mãe e filha
Tiele Evangelista tem 16 anos e confessa que a tevê fica repleta de programas infantis por conta da filha Heloísa, de um ano e meio. “Masha e o urso é a que ela mais assiste e eu assisto com ela”, conta Tiele. As novelas das 21h do ano também bombaram na casa de Tiele, que revela que os programas de mãe e filha não são só com Heloísa. A mãe da estudante, Léia Amélia, de 37 anos assiste a novelas com a filha.
A força do querer e O outro lado do paraíso são as preferidas da família. Além das novelas, Léia ainda completa que gostou dos programas da manhã como Mais você, de Ana Maria Braga, e Bom dia Brasil.
(Por Ronayre Nunes e Alice Corrêa, estagiários sob a supervisão de Vinicius Nader)