Veredito: Excelente
Sei que já falei sobre This is us aqui no blog, mas é porque quando uma coisa é boa (mas é boa mesmo!) a gente tem que repetir. E esse é o caso. Arrisco-me a dizer que This is us é o melhor drama familiar que eu já vi na história da televisão.
Em tempos de adaptações, reboots, remakes e revivals, This is us já aparece na frente por ser uma história original. Criada por Dan Fogelman, a série começa o primeiro episódio acompanhando o dia do aniversário de quatro personagens que chegam aos 36 anos. São eles: Jack (Milo Ventimiglia), Randall (Sterling K. Brown), Kevin (Justin Hartley), e Kate (Chrissy Metz).
Cada um deles precisa lidar com uma mudança na vida. Kevin pretende largar a carreira de ator de comédia para ser levado a sério. Jack e a mulher Rebeca (Mandy Moore) precisam se adaptar à chegada dos trigêmeos à vida deles. Randall, após muitos anos, decide procurar o pai biológico. Obesa, Kate tenta lidar com o excesso de peso e com a busca pela autoestima.
Só pelo carisma e pela boa história do quarteto, This is us já valeria a pena. Mas…
A PARTIR DE AGORA CONTÉM SPOILERS! CONTINUE POR SUA CONTA E RISCO!
… o mais legal em torno de This is us é que todas essas histórias que parecem distintas são completamente ligadas. Ao fim do episódio, o espectador descobre que Kate e Kevin são os dois gêmeos de Jack e Rebeca. E Randall, o filho que foi adotado pelo casal ainda na maternidade logo após perder o terceiro gêmeo.
E, dessa forma, a série vai unindo passado e presente para contar a história dos Pearson’s, que não são uma família perfeita. Pelo contrário, há muita mágoa, ressentimento e problemas na convivência deles. Mas também muito amor e cumplicidade nessa relação. Ou seja, é uma família como qualquer outra da vida real. E é isso que faz o espectador se apaixonar por essa história.
A primeira temporada de This is us terminou de ser exibida após 18 episódios em março nos Estados Unidos. No Brasil, ainda nem há previsão de lançamento. E, mesmo assim, a série já tem mais duas temporadas confirmadas e se tornou o programa de maior audiência da história da NBC.
Em sua primeira temporada, This is us tinha um objetivo arriscado: convencer um público acostumado com histórias não originais, formatos específicos e elementos extraordinários, como zumbis, dragões, heróis, etc. Dan Fogelman apostou na simplicidade de contar uma história nova, mas que poderia ter acontecido com qualquer um.
Para construir a trama da família Pearson, ele fez uso de flashbacks. A missão era mostrar como Kate, Kevin e Randall se tornaram as pessoas que são hoje após terem sido criados pelo casal apaixonado Rebeca e Jack. Os pais de primeira viagem passaram por maus bocados para educar o trio, que, na infância e na adolescência, teve que lidar com problemas relacionados a racismo, gordofobia e a própria disputa de atenção em relação aos pais.
Dentre os muitos trunfos de This is us (a história, a empatia, os bons diálogos…), tem o elenco. O quinteto de protagonistas é excelente e convincente. Mas, mais do que isso, todo o restante dos atores é sensacional, assim como seus respectivos personagens. Todo mundo tem muito carisma e consegue sustentar a carga dramática existente na série. Porque olha, tem muito drama… Você pode ser a pessoa mais fria do mundo, mas vai chorar em todos os episódios, isso eu te garanto!
Fora tudo isso, This is us ainda tem um mistério que ronda toda a primeira temporada: a surpreendente morte de Jack. E, talvez, seja só nesse momento que a série cometa seus pecados. Com medo de entregar a solução do mistério, This is us prefere enrolar o seu espectador no décimo oitavo episódio, depois de uma quase promessa no anterior de revelar as circunstâncias da morte do personagem.
Não é que o último episódio seja ruim. Longe disso, mas ele não tem a carga que o décimo sétimo teve. Esse sim era digno de fechar a temporada com chave de ouro. Mesmo assim, concedo aqui o meu título de melhor drama familiar da história da tevê. Vai ser difícil aparecer outra série para bater This is us…
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