Crítica: Segunda temporada de Sob pressão vem mais humana e falando sobre ética

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A segunda temporada de Sob pressão chega nesta terça à Globo. O Próximo Capítulo viu o episódio de estreia e conta para você o que esperar do seriado. Leia a crítica!

É diante de enorme expectativa que estreia nesta terça-feira (9/10) a segunda temporada de Sob pressão, seriado que tem texto final de Jorge Furtado e direção geral de Andrucha Waddington. A expectativa se dá porque a primeira temporada da atração deixou uma sensação de quero mais, sabe?

Na segunda temporada, o seriado ganha novos personagens fixos: Renata (Fernanda Torres) assume a direção do hospital no lugar de Samuel (Stepan Nercessian) e o ortopedista Henrique (Humberto Carrão – leia entrevista com o ator) chega para integrar o time dos médicos do hospital público onde se passa a maior parte da ação de Sob pressão.

O primeiro episódio da segunda temporada de Sob pressão vai ao ar nesta terça, após Segundo sol, mas já está disponível para assinantes da Globo Play, serviço on demand da Globo. O Próximo Capítulo assistiu à estreia e te conta como foi. Mas atenção, o texto pode conter spoilers de leve.

Leia a crítica da estreia da segunda temporada de Sob pressão

Carolina ( Marjorie Estiano )

Ética parece ser a palavra de ordem na segunda temporada de Sob pressão: os problemas no hospital público administrado por Samuel continuam e ele precisa dar um jeito de resolver a questão. Ano de eleição, ele busca apoio no deputado Arruda (Roberto Frota), que quer se reeleger e tem base eleitoral na comunidade onde está a unidade hospitalar. Em troca de favores como dar prioridade a quem tiver o cartão dele na fila de espera, o deputado promete mais verbas e consegue até uma ambulância nova. É assim: direto e certeiro o tiro inicial de Sob pressão.

Se na primeira temporada a maior discussão apresentada pelo seriado foi o de falta de estrutura e de investimento na saúde, a corrupção e a ética ganham espaço nesta continuação. Não que o primeiro assunto fique de fora ー Evandro e Carolina, personagens defendidos com firmeza por Julio Andrade e Marjorie Estiano, continuam tendo que improvisar bastante, assim como os colegas Rafael (Tatsu Carvalho), Jacqueline (Heloísa Jorge) e Décio (Bruno Garcia). E continuam bancando os salvadores do mundo, de maneira que alterna momentos de beleza, romantismo, exagero e consciência política. São quase um Robin Hood da saúde pública ー para o bem e para o mal.

O primeiro episódio da temporada é eletrizante e segue o mesmo esquema do ano anterior: os casos são apresentados e, paralelamente a eles, os dramas dos pacientes e dos médicos vão se desenrolando. De cara, a gente se depara com violência (Evandro é sequestrado para salvar a vida de um bandido baleado), depressão pós-parto e um caso de cegueira que esconde a discussão de amor virtual. O texto, ácido e bem-humorado na medida certa, tem espaço até para uma referência breve a O beijo no asfalto, de Nelson Rodrigues.

Outra novidade que deve prevalecer na temporada é que os dramas pessoais dos médicos devem ganhar mais espaço. Se antes a gente conhecia bem a história de Evandro e um pouco a de Carolina, agora teremos mais chance de ver personagens como Décio sem o jaleco. O ator Bruno Garcia já mostrou que pode render mais do que na primeira temporada e merece a oportunidade.

Os personagens novos, Henrique e Renata, ainda não apareceram, mas a ligeira mudança de foco já garante fôlego novo a Sob pressão.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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