Crítica: Primeira semana de O sétimo guardião tem mais mistério que romance. E isso é bom!

Autor Aguinaldo Silva aposta no mistério e no realismo fantástico na primeira semana de O sétimo guardião. Lília Cabral, Tony Ramos e um gato (!) roubaram a cena. Leia a crítica!

A primeira semana de O sétimo guardião, nova novela das 21h da Globo, foi marcada basicamente por dois fatores. O primeiro, positivo, é a atmosfera de mistério impressa por Aguinaldo Silva e pelo diretor Rogério Gomes à trama. O segundo, amedrontador, é a falta de química entre Bruno Gagliasso e Marina Ruy Barbosa, intérpretes do principal casal do folhetim, Gabriel e Luz. O romance deles ainda não emplacou (houve apenas um beijo), mas o sinal de alerta já está aceso, escaldados que estamos por causa do casal insosso Beto (Emilio Dantas) e Luzia (Giovanna Antonelli) de Segundo sol.

A trama de O sétimo guardião se passa em Serro Azul ー com algumas cenas em São Paulo, neste início ー, onde o prefeito Eurico (Dan Stulbach); o médico Aranha (Paulo Rocha); o delegado Machado (Milhem Cortaz); o mendigo Feliciano (Leopoldo Pacheco); a esotérica Milu (Zezé Polessa ); a cafetina Ondina (Ana Beatriz Nogueira, finalmente num papel à altura dela na Globo) e Egídio (Antônio Calloni) são os guardiões de um verdadeiro tesouro natural, uma fonte de água que garante juventude a quem se banha ali.

O guardião mor é Egídio, que cria o gato Leon. Quando o felino some é o sinal de que ele sai à procura do novo guardião e de que a morte do homem se aproxima. Segundo a tradição, o animal só volta quando o escolhido for encontrado. Nós sabemos desde o início (mais por spoilers na imprensa do que por evidências no texto) que Gabriel é tal eleito, mas os sete guardiões não sabem. Até agora eles estão ocupados com a tarefa de descobrir quem será o novo chefe. As principais suspeitas deles recaem sobre Sampaio (Marcello Novaes). O problema é que essa busca pelo guardião pode cansar se se estender demais e ficar repetitiva, caso eles elejam outro suspeito.

Sampaio foi parar em Serro Azul seguindo Gabriel, que fugia de São Paulo após um “chamado” de Leon justamente no dia do casamento dele com Laura (Yanna Lavigne). O rapaz sai enlouquecido de carro, sem rumo. A mãe dele, Valentina (Lilia Cabral), manda Sampaio, motorista da família, seguir o rapaz. Ao chegar perto de Serro Azul, ele sofre um acidente e é resgatado por Luz. Sampaio, por sua vez, ouve que há um tesouro por ali e se hospeda na pensão de Ondina para tentar descobrir algo.

O ar de mistério não se restringe ao roteiro. A estética adotada por Rogério Gomes em O sétimo guardião lembra um pouco The walking dead ou mesmo a minissérie Incidente em Antares, para ficar numa referência nacional.

Boas interpretações e tramas promissoras de O sétimo guardião

Além do mistério, algumas interpretações já começam a chamar a atenção em O sétimo guardião. Marina Ruy Barbosa merece louros por estar completamente longe da Amália de Deus salve o rei, mesmo com tão pouco tempo de preparo. Mas a cena é mesmo de Lilia Cabral. Como Valentina, que tem um passado em Serro Azul, onde era Marlene, ela ganha frases de efeito como “só quem diz não nesta casa sou eu” e cresce a cada vez que contracena com Tony Ramos, perfeito no papel de Olavo.

Outra dupla que promete é Elizabeth Savalla e Vanessa Giácomo, que vivem Mirtes e Stella, sogra e nora. Milhem Cortaz e a trama do delegado que veste calcinha ー e agrada a esposa, Rita (Flávia Alessandra) promete fazer barulho. A primeira cena do casal bombou na internet. Outras discussões, como o pai que não aceita que o filho seja dançarino, também devem ganhar espaço com o desenrolar de O sétimo guardião. O tom de Letícia Spiller e sua Marilda precisa de um certo ajuste.

Além de Lilia Cabral, quem dominou O sétimo guardião foi o gato Leon. Deu show de expressão, merecendo closes, e deixando muito “gato” de duas patas no chinelo. Bruno Gagliasso e José Loreto que o digam!