Crítica: O Vídeo Show já foi bom, acredite!

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Hoje dedicado a fofocas e ao lado pessoal dos atores, o Vídeo Show  já foi divertido e até instrutivo.

Em março de 1983, entrava no ar um programa que marcaria história na tevê brasileira: o Vídeo Show. Sim, acredite! A atração hoje comandada pela dupla mais sem sal de todos os tempos, Otaviano Costa e Joaquim Lopez, já foi divertida e até instrutiva. A partir desta segunda (20/2), a atriz e cantora Sophia Abrahão cobre as férias de Otaviano, que no Amor & sexo funciona bem.

Mônica Iozzi representava o frescor na atração

Uma pena ver o caminho que o programa tomou. Antes dedicado à memória e a fatos curiosos e engraçados da tevê, o roteiro de hoje se preocupa muito mais com o lado “celebridade” do elenco da emissora. Os quadros exaltam o lado ególatra que existe em cada um de nós. Basta dizer que uma das repórteres da nova fase foi Susana Vieira.

Mesmo quando tenta retomar o lado de relembrar produções antigas, o Vídeo Show tropeça. O quadro Novelão faz um resumo das tramas, mas dura semanas. Ou seja, é quase um Vale a pena ver de novo. Era mais interessante quando cenas ou personagens ou mesmo situações eram destacadas numa edição primorosa, como nos velhos tempos.

O humor, outra marca do vespertino, também não está mais presente. Nem mesmo no maravilhoso Falha nossa — será que os atores não erram mais?

Vendo que o programa não ia bem das pernas, a Globo trouxe Miguel Falabella de volta. A cara do Vídeo Show, ele realmente é o ponto alto do programa.

Saiba como o Vídeo Show chegou à UTI

Miguel Falabella tem a cara do Vídeo Show.

Na primeira fase, o programa era semanal, aos domingos e os apresentadores não eram fixos. Nomes como Francisco Cuoco, Yoná Magalhães, Lúcia Veríssimo e outros se revezavam no comando da atração. Os quadros eram gincanas entre os atores da casa, que respondiam sobre a televisão. Os arquivos da ainda jovem emissora também eram explorados.

Ainda na década de 1980, Marcelo Tas assumiu definitivamente a bancada do programa, que passou a ser exibido aos sábados. Esse formato foi o que mais tempo durou, já com o atual tema de abertura e, mais tarde, tendo Miguel Falabella à frente. Foi aí que vieram quadros como Túnel do tempo e os esperados erros de gravação, mais tarde intitulados Falha nossa. Reza a lenda que atores que estavam meio esquecidos erravam o texto de propósito para aparecer no Vídeo Show.

A dobradinha entre Falabella e Cissa Guimarães marcou o programa. A garota que quebra o coco e não arrebenta a sapucaia emprestava a voz para locuções dos quadros e, mais tarde, era repórter do programa. Enquanto isso, ele dava mensagens de autoajuda para as donas de casa e se despedia do público com um gesto que se tornou característico.

Susana Vieira foi repórter do Vídeo Show

Na segunda metade da década de 1990, o programa se aproximou um pouco do que é visto hoje, com quadros mais focados nos atores e atrizes do que na televisão. As matérias eram comportamentais, mas o Falha nossa e o Túnel do tempo não perderam espaço.

Nos anos 2000, a Globo quis modernizar o Vídeo Show  e criou games comandados por Angélica. Atores e cantores se enfrentavam e provas que alternavam entre o bizarro e o divertido.

Quinze anos depois de estrear na atração, Miguel Falabella deu lugar a André Marques na bancada. Aos sábados, ele dividia espaço com Angélica. Juntos, eles faziam paródias de novelas e programas que estavam no ar. Depois ainda vieram Zeca Camargo e  Otaviano Costa.

Em 2015, o Vídeo Show já quase morto lançou Mônica Iozzi como apresentadora. Era para ser um mês, deu tão certo que durou mais de um ano. Ela tinha o frescor típico do programa e a ironia fina dos tempos modernos. Com a saída dela, o Vídeo Show  voltou a respirar por aparelhos.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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