Crédito: Reprodução/Internet
Com o estrondoso sucesso de Lost, ainda em 2004, a televisão norte-americana percebeu que este tipo de suspense misturado com uns toques de drama poderia render bons frutos. Não demorou para outros “filhotes” começarem a surgir. Desde Flashforward, passando por The event, Jericho e Alcatraz, a “nova Lost” virou personagem certo quase todos os anos desde 2004. Atualmente, a nova promessa é Manifest, do canal NBC.
Entretanto, a produção pouco tem das qualidades que fizeram Lost famosa. A grande verdade é que provavelmente, Manifest foi acometida por uma grande jogada de marketing do canal, que até disponibilizou os primeiros minutos na internet antes da estreia oficial. E foi uma ação que gerou frutos, afinal, a produção conseguiu a melhor audiência para a emissora em uma estreia em 19 anos (com 18,4 milhões de telespectadores).
Contudo, para toda expectativa, o piloto de Manifest não conseguiu empolgar. O enredo de um grupo de passageiros que fica preso por cinco anos durante um voo, nada mais entregou do que dramas superficiais e mistérios que não empolgam.
Diferente do que a NBC tenta insistentemente vender, a grande protagonista de Manifest é Melissa Roxburgh, e não Josh Dallas (mais famoso, visto em Once upon a time). Melissa vive Michaela Stone, uma policial que precisa decidir sobre o pedido de casamento do então namorado antes de voltar para casa de uma viagem de família. Ao lado dela está o irmão Ben (Dallas), que aparenta viver um casamento perfeito, tendo com maior preocupação o câncer do filho mais novo.
Ben e Michaela, após um atraso na volta das férias em família, decidem tomar um voo noturno, o de número 828 da Montego Air (por alguma razão os números sempre são importantes nesse tipo de série). Junto ao filho mais novo de Ben, os irmãos então ficam no ar o que parece ser pouco tempo, mas, na prática, em relação aos outros moradores do planeta Terra, Ben, o filho e Michaela, na verdade estão há cinco anos desaparecidos.
O grande ponto de reflexão da série é tentar chocar a vida desses três (contando com a criança) contra tudo que – de fato – aconteceu com o resto do mundo: o ex-namorado de Michaela se casou com a melhor amiga dela, a ciência desenvolveu uma cura para o câncer de filho de Ben, e até a esposa do galã arranjou outro. Além desses principais, várias outras mudanças cercaram a vida dos irmãos, mas nada será tão significativo do que a nova vida que eles terão de levar, uma vida de superpoderes.
Isso porque, depois de desembarcar, os dois – e todos os outros passageiros do vôo 828 – desenvolveram uma ligação telecinética em que são “alertados” sobre crimes. Grande parte do piloto inclusive se volta pare este plot. Com o novo “poder”, Michaela acaba liberando duas garotinhas de um sequestro, e se tornando uma heroína – algo que promete ser o parâmetro para os outros episódios.
O grande problema de Manifest é o tom extremamente raso da história, que não desperta interesse no público. Os diálogos são limitados ao óbvio e, naturalmente, existe grande relativização a tal crítica, afinal, trata-se de uma produção de canal aberto. Mas mesmo assim, Manifest ultrapassa o limite do aceito por qualquer relativização.
Até o momento, a NBC já apresentou três capítulos da série. O futuro da produção é difícil prever, há possibilidade de melhoras, entretanto, terá de ser um trabalho árduo
Confira também os primeiros 10 minutos disponibilizados pela NBC:
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