Crítica: Docussérie Vai Anitta humaniza a figura da cantora

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Lançada na última sexta-feira, a série documental Vai Anitta acompanha os bastidores da vida da funkeira em seis episódios

Anitta é hoje a cantora de maior destaque do Brasil, então, é natural que todos os passos da artista criem curiosidade no público. De olho nisso, Anitta, que é uma exímia administradora da própria carreira, lançou em parceria com a Netflix a docussérie Vai Anitta.

Em seis episódios, a produção conta um pouco do início da carreira da artista, que foi descoberta pela Furacão 2000 ao compartilhar um vídeo na internet, e revela a trajetória até a carreira internacional iniciada no ano passado. Tudo isso pela perspectiva dos bastidores da concepção do projeto Check Mate, uma série de singles e videoclipes que serviu para expor o talento de Anitta para fora do Brasil, até a gravação ao vivo do videoclipe Indecente no aniversário da cantora.

A docussérie vai muito além do que a cantora já compartilha hoje em dia nas redes sociais. A série documental traz depoimentos de pessoas próximas a artista, como do ex-marido Thiago Magalhães — que aparece compartilhando histórias nunca antes divulgadas –, a mãe, o irmão e o pai, além de pessoas da equipe de Anitta, que, em sua maioria, acompanham a funkeira desde os tempos de Honório Gurgel, subúrbio carioca em que a cantora cresceu e deus os primeiros passos na carreira. E Anitta também coloca a boca no trombone e compartilha de tudo um pouco, do vômito em cima do marido até as brigas com a equipe em momentos de estresse.

Crítica de Vai Anitta

Crédito: Alexandre Schneider/Divulgação

A escolha por episódios de no máximo 30 minutos é um dos grandes acertos de Vai Anitta. A divisão narrativa por episódio é tão bem feita, que, ao final, o espectador sempre quer continuar e assistir ao capítulo seguinte, ao melhor estilo “maratona” que o público da Netflix ama. O único defeito é que o episódio final não encerra de fato a série, o que é natural, já que a vida e a trajetória da cantora está em construção, mas o que é um problema para uma produção seriada. O que é uma estratégia para segurar o público para uma segunda temporada.

Outro ponto alto da produção é mostrar um lado de Anitta pouco conhecido pelo grande público: a menina brincalhona, generosa, extremamente trabalhadora, criativa e que não esquece as suas origens, a verdadeira Larissa. Não dá para assistir Vai Anitta e não querer se tornar amiga da cantora, que é “muito gente como a gente”.

Além de mostrar a carreira de Anitta, a produção faz algo que segura o espectador: explora o relacionamento da cantora com o agora ex-marido Thiago Magalhães. Muito do que é falado pelo empresário na docussérie é inédito para o grande o público. E mesmo que a série não explore a separação, o espectador começa a perceber o que pode ter levado o fim do casamento do casal.

Nos teaser e na divulgação de Vai Anitta, houve uma abordagem sobre o tema da depressão. A única pena é que isso acontece de forma muito superficial na série. Porém, a cantora explicou, em entrevista, que isso aconteceu porque ela não teve condições de falar naquele momento e até prometeu explicar o que a levou ao quadro em uma próxima temporada.

Vai Anitta é mais um acerto da funkeira e deve ter vida longa na Netflix.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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