Aquecimento Emmy! Toda sexta-feira o Próximo Capítulo publicará críticas de produções indicadas ao Emmy awards 2017 que ainda não foram citadas no blog. Acompanhe!
Se em 2017 o hit da Netflix foi 13 reasons why, em 2016, esse posto ficou para Stranger things. A produção dos irmãos Duffers (Ross e Matt) se tornou sucesso de crítica e público. Tudo porque foi buscar inspiração nos anos 1980 para criar uma história (muito boa) de suspense que se passa na pequena cidade de Hawkins, em Indiana, nos Estados Unidos.
A história é ambientada nos anos 1983 e gira em torno do desaparecimento do jovem Will Byers (Noah Schnapp). Após um dia de jogo de RPG com os amigos Mike Wheeler (Finn Wolfhard), Dustin Henderson (Gaten Matarazzo) e Lucas Sinclair (Caleb McLaughlin), ao retornar para casa, ele se depara com uma criatura estranha e some misteriosamente. Ao mesmo tempo que isso acontece, surge na cidade a jovem Eleven (Millie Bobby Brown), uma garota de cabelos raspados, que possui superpoderes e está fugindo de um experimento oculto comandado pelo governo. A partir daí, a então pacata, Hawkins sofre uma mudança e a cidade toda se mobiliza em busca de Byers e também tenta entender os eventos sobrenaturais que passam a ocorrer.
Antes do lançamento, o alvoroço em torno de Stranger things estava ligado a presença de Winona Ryder, que interpreta a mãe de Will, Joyce Byers. A musa de Tim Burton elevou a expectativa em torno da produção. No entanto, foi só Stranger things chegar ao serviço de streaming que a série mostrou ser muito mais do que um seriado com uma estrela hollywoodiana. Quem realmente roubou a cena não foi Winona, mas o elenco infantojuvenil encabeçado por Millie Bobby Brown, que, inclusive, concorre ao prêmio de melhor atriz coadjuvante em série dramática no Emmy. Além dela estão indicados David Harbour, que interpreta o xerife Jim Hopper, na categoria de melhor ator coadjuvante em série dramática, e Shannon Purser, como melhor atriz convidada em série dramática pela interpretação de Barb Holland.
Assim como Millie Bobby Brown, ambos merecem as indicações. Harbour realmente interpreta um xerife bastante convincente. O personagem é completo e complexo, com um passado que reflete em suas atitudes na série. Quando Will desaparece, inicialmente, Hopper não dá muito intenção, no entanto, aos poucos, ele percebe que algo estranho realmente está acontecendo na cidade. Já Shannon foi indicada provavelmente pela repercussão em torno de Barb, que também é uma das personagens que desaparece. No entanto, diferentemente do que ocorre com Will, pouca gente se importa com isso — pronto, se fosse apontar um ponto negativo de Stranger things é esse: realmente, ironicamente, a série parece dar pouco importância para esse enredo.
O principal trunfo de Stranger things é conseguir algo que nem sempre é fácil para uma série. A produção tem um piloto sensacional, que prende o espectador, com boas atuações, um mistério instigante, uma visual bonito e uma trilha sonora bastante nostálgica. Além disso, a série mantém o ritmo ao longo dos oito episódios da primeira temporada, trazendo uma mistura de sentimentos e tratando, no fundo, sobre a importância das amizades. Também é importante ressaltar que a primeira sequência de Stranger things consegue ser redondinha entregando um final para a trama da primeira temporada, mas deixando espaço para uma continuação — a sequência estreia em 27 de outubro, quatro dias antes da data que havia sido divulgada anteriormente.
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