Comédia, fantasia e ação estão entre os estilos do filme. O Próximo Capítulo assistiu ao longa que foi exibido na Comic Con Experience, em São Paulo. Leia crítica de Bright!
O longa-metragem Bright é a grande aposta da Netflix para o fim do ano. Protagonizado por Will Smith e com direção de David Ayer (nome por trás de Esquadrão Suicida), a produção estreia na plataforma em 22 de dezembro e engorda o catálogo de filmes originais do streaming (que nesse ano teve algumas boas apostas, confira aqui).
Explicar a sinopse de Bright é um grande desafio, porque o filme tem de tudo um pouco. Mas vamos lá. O longa se passa nos dias de hoje em uma realidade em que humanos e seres mágicos, como orcs, fadas e elfos, convivem em sociedade. Nesse contexto, o policial Daryl Ward (Will Smith) ganha um novo parceiro, o primeiro orc policial do mundo, Nick Jakoby (Joel Edgerton).
No entanto, essa parceria dos policiais é complicada devido ao fato de Jakoby ser um orc, uma raça que sofre preconceito dos humanos por ter optado em uma guerra que aconteceu há dois mil anos estar do lado contrário do Senhor das Trevas. Daí em diante, eles se tornaram as criaturas mais discriminadas dessa sociedade, que tem os elfos no topo da cadeia e os orcs na escala mais baixa.
Mas a história de Bright começa mesmo com Ward e Jakoby tendo que lidar com uma ocorrência bastante inusitada. Ao chegar a um local de crime, eles encontram uma varinha mágica, artefato dado como desaparecido do planeta desde que o uso da magia foi abolido na Terra. A partir daí, orcs, humanos e elfos travam uma disputa de perseguição pelo artefato e, consequentemente, pelo poder proveniente dele, que é capaz de destruir à Terra.
E aí que a explicação de Will Smith faz muito sentido (Confira a entrevista com o astro e outros três atores e o diretor sobre a produção). Na opinião, dele o filme é um mix de O senhor dos anéis com Dia de treinamento. O problema é que essa mistura causa estranhamento e não funciona.
Crítica de Bright
Bright é uma fantasia, mas peca ao não ir a fundo na realidade dessas criaturas mágicas e apenas pincelar esse contexto de todos os seres que vivem juntos no mundo moderno. Como foi a guerra entre o Exército das Noves Raças e o Senhor das Trevas? Por que os elfos se tornaram os seres mais poderosos? Por que as fadas são menosprezadas? Esses são apenas alguns dos questionamentos que mereciam destaque — e o elenco promete revelar numa sequência, que nem se sabe se vai acontecer.
Mas Bright é também um longa de ação, porque o corre-corre segue por todo o filme, inclusive, soando repetitivo em algumas situações — como mostrar quatro vezes seres diferentes chegando na cena do crime em que se encontra a varinha. E ainda é uma comédia, ou pelo menos tenta ser, ao buscar o humor na relação, às vezes odiosa e às vezes amorosa, de Ward e Jakoby.
Ao ser tudo, Bright soa ser só um mix de gêneros, o que dificulta a empatia do espectador. O filme também tem alguns problemas de continuidade. Há situações citadas no começo como regras, que, em cenas seguintes, são completamente ignoradas.
Outro problema é que a grande reviravolta do longa, nem pode ser chamada de reviravolta, porque, apesar de ser óbvia, o próprio roteiro a entrega logo no início. Em um diálogo entre Jakoby e um lunático encontrado pelos policiais na rua, ele dá a entender que Ward é um bright, que são os seres que podem tocar numa varinha mágica e comandar o poder dela sem virar pó. Nem preciso dizer o que acontece…
O que vale a pena em Bright
Apesar de todos esses problemas, existem três motivos que podem fazer assistir Bright valer a pena. O primeiro é a presença de Will Smith, que está de volta a um conceito que fez muito sucesso nos cinemas: vivendo uma realidade de parceria. Ele fez isso em Homens de preto e em Bad boys. E realmente há uma química entre Will e Joel Edgerton, que está representada na tela ao melhor estilo “bromance”.
Depois é a mensagem por trás da produção. Ao colocar orcs, fadas, elfos e humanos em uma mesma sociedade, o filme debate as diversidades e os preconceitos do mundo de hoje num outro contexto. Durante a CCXP, o diretor disse que o objetivo era “abrir os olhos das pessoas para esses problemas ainda existentes na sociedade”. E, nesse sentido, Bright cumpre a sua missão.
Mas o que realmente vale a pena é a trilha sonora de Bright. Esqueça toda a confusão do filme e mergulhe na parte musical. Ao querer ser um longa que mostra o lado urbano das ruas de Los Angeles, a produção aposta no hip-hop em uma seleção feita por David Sardy, que é de tirar o fôlego, com nomes como Machine Gun Kelly, Ty Dolla $ign e Future, e que você pode conferir aqui.