Crítica: Em A vila, Paulo Gustavo mostra ser apenas mais do mesmo

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A vila estreia nesta segunda-feira (7/8). Saiba o que esperar do novo programa do Paulo Gustavo no Multishow!

Um misto de Chaves com Vai que cola. Assim, sem novidade nenhuma, estreia nesta segunda-feira o humorístico A vila. A atração será exibida de segunda a sexta, no Multishow, sempre às 22h30. O elenco traz Paulo Gustavo como a principal estrela. Além dele, estão na comédia Aldo Perrotta, Alex Pinheiro, Ataíde Arcoverde, Gil Coelho, Katiuscia Canoro, Lucas Salles, Monique Alfradique, Teuda Bara e Zezeh Barbosa. Esta primeira temporada terá 25 episódios.

A julgar pela primeira semana, A vila não tem outro propósito se não o de ser um programa em que Paulo Gustavo seja indiscutivelmente o centro das atenções e das ações. Ele vive o ex-artista de circo Rique, que mora em um trailer na vila onde se reúnem todos os personagens. Como numa espécie de Barril do Chaves, é desse trailer que Rique observa tudo e sabe como criar confusões como ninguém. As semelhanças (referências?) com o clássico mexicano não param por aí: Violeta (Katiuscia Canoro) vive fugindo de seu Lupércio (Ataíde Arcoverde) porque deve a ele o dinheiro do… aluguel!

Elenco com bons atores não garante boas risadas em A vila

Vem de Vai que cola, outro programa que tinha Paulo Gustavo no elenco (o ator não estará na próxima temporada justamente por causa de A vila) as outras referências (semelhanças?) de A vila. Aqui, tudo soa extremamente igual, a começar por Paulo Gustavo no papel de… Paulo Gustavo! É… os trejeitos, o tom de voz, o tempo de comédia… é tudo tão Valdomiro (personagem dele em Vai que cola) que um desavisado só não confunde os dois porque quando vive Rique, Paulo Gustavo usa uma peruca.

Além disso, A vila tem uma plateia (embora não haja interação nenhuma com ela), um cenário grandioso (mas esse não gira), uma vinheta de abertura parecidíssima com a do coirmão e um triângulo amoroso que não se resolve formado por Joca (Lucas Salles), Isabela (Monique Alfradique) e Bené (Gil Coelho). A diferença é que aqui é Bené que esnoba Isabela e é a mãe de Joca, dona Fausta (Teuda Bara), que é contra o namoro do filho com a moça. Como Katiuscia Canoro é mais versátil, cabe a ela o papel da maluquinha que canta dança e imita — lembrou da Jéssica de Vai que cola? Pois é…

A vila tem texto e elenco fracos

Mas o maior problema de A vila não é beber das fontes de Chaves e Vai que cola — afinal a televisão é uma fábrica de cópias, não é mesmo? Os problemas estão em dois pontos, principalmente: o texto e o elenco. E sem texto e sem elenco fica bem difícil de uma comédia decolar.

O texto de A vila é pueril de tão primário. E pior: a plateia só ri mesmo quando Paulo Gustavo e companhia apelam para o palavrão. Quem (como eu) não curte o “palavrão por palavrão” não vai rir nem aí. As situações têm desfechos previsíveis e mesmo tiradas boas como “a moda agora é churrasco de papelão” parecem datadas.

O elenco também não convence. Paulo Gustavo vestiu o personagem de sempre, o que mostra que o ator está na mesma zona de conforto há tempos. Quem gosta vai continuar gostando.

Monique Alfradique e Gil Coelho são as boas surpresas — eles estão dentro dos personagens e quando atuam juntos batem um bolão. Os outros ainda não sabem muito bem o que fazer ali a não ser gritar. Como grita Zezeh Barbosa! Por que, meu Deus?

Com segunda temporada já confirmada pelo Multishow, A vila ficou devendo. Pelo menos na primeira semana. Tem potencial para crescer — se Paulo Gustavo quiser ser um personagem e não uma persona e se o texto melhorar bem. Fica a torcida porque estamos precisando dar boas risadas.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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