Assassinatos que ficaram famosos servem de inspiração para produções televisivas, como a segunda temporada de American crime story. Saiba mais sobre séries baseadas em crimes reais
Em uma manhã em que tudo parecia normal, o estilista Gianni Versace saiu para fazer a habitual caminhada pelas ruas de Ocean Drive, em Miami Beach, nos Estados Unidos. No retorno à mansão, ele foi atingido com dois tiros na nuca. As balas saíram do revólver de Andrew Cunanan, um gigolô e serial killer que se matou uma semana após a morte do italiano.
O assassinato brutal de Versace chocou o mundo. No ano passado, a morte do estilista completou 20 anos e, neste ano, o caso será retratado na segunda temporada de American crime story, que estreia em 18 de janeiro, às 23h, no canal Fox Life, um dia depois do lançamento nos EUA.
Produzida por Ryan Murphy (Glee, American crime e American horror story) ao lado de Nina Jacobson e Brad Simpson, a série se inspira na história real e também nos relatos do livro Vulgar favors: Andrew Cunanan, Gianni Versace and the largest failed manhunt in U.S. history (1999), de Maureen Orth.
Antes mesmo do lançamento, a família de Versace se pronunciou em comunicado oficial dizendo que a atração não se passa de ficção. O produtor-executivo Tom Rob Smith rebateu a crítica ao dizer que foi necessário preencher alguns furos na história real: “Temos esses pequenos pontos de verdade e, então, você tenta costurar um tecido entre eles”.
Na versão televisiva, Gianni Versace é interpretado por Édgar Ramirez. O ator Darren Criss dá vida ao assassino Andrew Cunanan, que figurou na lista de 500 fugitivos mais procurados pelo FBI por ter matado pelo menos cinco pessoas, incluindo o estilista. Completam o elenco a atriz Pénelope Cruz como Donatella Versace, e o ator Ricky Martin, na pele de Antonio D’Amico, namorado do italiano.
Séries baseadas em crimes reais, uma tendência televisiva
American crime story: O assassinato de Gianni Versace estreia embalada pelo sucesso da primeira temporada da antologia, que teve como foco o julgamento do ex-atleta O.J. Simpson (vivido por Cuba Gooding Jr.) acusado de matar a ex-mulher e um homem em 1994.
Lançada em 2016, a primeira temporada da produção conquistou público e crítica garantindo prêmios no Globo de Ouro 2017 (melhor série limitada ou filme para TV e melhor atriz) e Emmy (quando levou nove categorias, entre as principais e técnicas). A produção está disponível na Netflix. Além disso, manteve em alta uma tendência atual na televisão: produções que retratam crimes reais.
No ano passado, a televisão divulgou séries, que foram bastante elogiadas, voltadas à temática. Uma das últimas a ser lançada foi Manhunt: Unabomber. Disponibilizada pela Netflix, a série de Andrew Sodroski mostra a caçada dos agentes do FBI para capturar o terrorista Ted Kaczynksi, popularmente conhecido como Unabomber. Ele foi condenado à prisão perpétua por participar de atentados terroristas nos EUA.
Antes, o serviço de streaming já havia lançado Mindhunter, Alias Grace e The Keepers. A primeira é inspirada no livro homônimo do agente do FBI, John Douglas, em que o americano aborda casos de assassinatos reais usados para uma pesquisa sobre a mente dos criminosos. A produção se passa em 1977 e tem como protagonista os agentes Holden Ford (Jonathan Gross) e Bill Tench (Hold McCallany). A série terá uma segunda temporada.
A minissérie Alias Grace retrata a história de Grace Marks (Sarah Gadon), imigrante irlandesa que desembarcou com a família no Canadá. A jovem teve a história bastante conhecida no país após ser condenada à prisão perpétua por matar friamente o patrão Thomas Kinnear (Paul Gross) e a governanta da casa (Anna Paquin).
A única em formato documental, The Keepers, mostra o assassinato da freira Cathys Cesnik que aconteceu em 1970 em Baltimore, nos EUA.