Um dos sucessos da temporada, Milagre na cela 7 emociona, mesmo flertando com o piegas de vez em quando. Confira três razões para você se render ao longa
Um dos filmes mais comentados neste mês na Netflix é Milagre na cela 7. O drama turco, dirigido por Mehmet Ada Öztekin, é uma versão para o filme coreano de mesmo título. O resultado surpreende por prender nossa atenção até o final e remete aos bons tempos da Sessão da tarde.
Ambientado na Turquia dos anos 1980, Milagre na cela 7 conta a história de Mehmet (Aras Bulut Iynemli), ou Memos, homem que tem a idade mental parecida com a da filha Ova (Nisa Sofiya Aksongur), uma criança de seus 8 anos. A vida dele dá uma guinada quando ele é acusado do assassinato de Seda, colega de Ova com quem ela não se dá muito bem. A menina é filha de um importante militar turco que quer fazer justiça (ao modo dele, claro) a qualquer custo e pressiona o tribunal até que Memos seja condenado à morte.
Sem nenhuma prova, Memos é preso e passa por maus bocados atrás das grades. Antes que o pai seja executado, Ova precisa convencer a todos de que a versão do pai, de que tudo não passou de um acidente e de que há uma testemunha que prove isso, é verdadeira.
O Próximo Capítulo assistiu ao drama e te conta três motivos que podem te agradar no longa-metragem. Mas antes, separa o lenço, pois é filme pra chorar.
Três motivos para você assistir a Milagre na cela 7
A relação entre pai e filha – A doce relação entre o pai Mehmet e a filha Ova é o que dá liga e emoção ao filme. São duas crianças em cena ー com a pureza que isso exige. A dureza imposta pela vida chega quando ele é preso. Mesmo com o pai na cadeia, Ova tenta entender os recados que ele, de um modo particular que só ela entende, passa para mostrar que é inocente. A menina, esperta, entende o que está acontecendo com o pai, mas não deixa de lutar antes do desfecho da história. Há cenas de partir o coração entre eles na prisão e também sequências encantadoras antes de ele ir preso.
Reviravoltas no roteiro – O roteiro de Milagre na cela 7 poderia ser linear com final feliz ou uma tragédia, simplesmente uma sequência sem graça de fatos. Mas não é o que acontece. Há pelo menos duas grandes reviravoltas inesperadas no roteiro, o que deixa Milagre na cela 7 ainda mais interessante. A gente não vai contar nenhuma delas, mas garante que valem a pena.
O lado humano dos presidiários – Quando Memos chega à prisão, não é bem recebido pelos companheiros da cela 7, revoltados pelo crime que ele teria cometido contra uma criança. Mas, aos poucos, eles percebem que ali também está uma criança que está pedindo ajuda, de alguma forma – eles só precisam aprender a ouvir. Os personagens da cela 7 trazem cenas tristes, pesadas, mas também leves e cômicas, apesar do ambiente. Depois de muito bater cabeça, eles dão o braço a torcer e são conquistados pela ingenuidade e pela bondade de Memos, que se arrisca para salvar a vida de um deles de uma emboscada. Os presidiários poderiam ser apenas coadjuvantes sem importância, mas ganham histórias próprias, especialmente Askorozlu (o bom ator Ilker Aksum), o que dá um molho a Milagre na cela 7.