Emissora norte-americana aposta em qualidade e assertividade e o resultado foi um piloto quase perfeito de Succession
Se você é um fã das produções seriadas, provavelmente já conhece um pouco sobre a “reputação” das emissoras. Cada canal, independentemente do país, prima por um tipo de conteúdo para fazer aquela atração ser mais atrativa ao público. E não é de hoje que a HBO se mantém firme e forte mostrando qualidade, e Succession veio para reforçar isso.
A produção criada por Jesse Armstrong apresentou um piloto que beirou a perfeição, com um enredo que aposta na clássica situação complicada de uma família poderosa com dificuldades para fazer a transição dos negócios do patriarca para algum dos filhos. A série também foi produzida por Will Ferrell e Adam McKay – este último responsável pela direção do piloto.
Enredo de Succession
A família Roy comanda o quinto maior conglomerado de mídia de entretenimento do mundo. Com negócios que vão desde parques temáticos até canais de tevê, Logan (Brian Cox) – o pai – conseguiu construir um império que saiu do nada para o topo do mundo.
O piloto começa com a expectativa de que Logan estaria se afastando do comando da empresa para deixá-la para o filho do meio, Kendall (Jeremy Strong), um sujeito esforçado, mas que sofre para ganhar a aprovação do pai perante qualquer coisa. Entretanto, nada se desenrola de forma tão simples assim.
Spoilers à parte, os Roy precisam lidar com um “caos de transição”, resultando na mudança de ideia do patriarca para um plano completamente novo, e que no fim, também não acaba dando tão certo assim. Para quem foi fã de Dallas, Succession pode ser classificada como uma boa evolução do clássico, com uma pitada de The Sopranos e uma veia menos histérica de Empire.
Crítica de Succession
Um dos grandes pontos positivos da atração são os ricos personagens secundários. A começar pelo caçula, Roman (Kieran Culkin, sim, o irmão de Macaulay), um playboy completamente sem escrúpulos; a filha, Shiv (Saraha Snook), a mulher que não hesitará em usar o poder do pai para catapultá-la na nova carreira política; o irmão mais velho, Connor (Alan Ruck), que não tem o menor sentido de nada e só quer “flutuar como a água”; e até o sobrinho viciado em maconha, Greg (Nicholas Braun), um ponto fora da curva da família abastada.
Cada um desses personagens são inseridos milimetricamente ao longo de mais de uma hora do primeiro episódio dando um ritmo de excelência à história. Tecnicamente, a produção não falha, pelo contrário. O universo dos Roy é construído com foco nos detalhes: desde a direção eficaz até a locação que fez dois helicópteros fecharem a baia do rio Hudson, em Manhattan, para as gravações – e devem ter custado boa parte do orçamento da HBO.
Agora, sem sombra de dúvidas, o melhor de Succession se resume a duas características: a representação da idiossincrasia dos milionários norte-americanos com uma perfeita dose de sarcasmo. São cenas que mostram Roman assinando um cheque de U$S 1 milhão para um garoto pobre (caso este acerte uma jogada de beisebol) – e depois rasgando o papel com a falha do menino. Ou Shiv ao lado do marido comprando um presente exorbitante para o pai até o momento em que vemos Kendall fazendo uma “negociação” de compra banhada a xingamentos e mau-caratismo.
Succession quer ir além da transmissão de uma história parecendo estar disposta a uma reflexão sobre as famílias ricas americanas.
A série está sendo exibida aos domingo, às 23h, na HBO. Até agora foram exibidos três episódios.