Christine Fernandes, a Karina de Malhação, prefere as vilãs, mas gosta mesmo é de “personagem bem escrito”

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Christine Fernandes fala ao Próximo Capítulo sobre os desafios de viver a mãe de uma surda em Malhação, conta que recebe puxões de orelha pelas vilanias de Karina e revela que já tem planos de voltar aos palcos quando a novela terminar. Leia a entrevista!

Christine Fernandes, a Karina de Malhação – Toda forma de amar, não esconde: prefere viver as vilãs a se dedicar às mocinhas. “Normalmente sim, mas não posso dizer que é uma regra. Já fiz personagens que não eram vilãs e eram maravilhosas, complexas e muito desafiadoras. Eu gosto muito das loucas, das putas, das personagens à margem. Mas gosto mesmo é de uma personagem bem escrita que me de possibilidades”, afirma, em entrevista ao Próximo Capítulo.

Mãe de Milena (Giovanna Rispoli), que é surda, Milena passeia entre o preconceito social, racial e a mágoa por ter descoberto outra filha do marido, César (Tato Gabus Mendes). Ainda tem as dificuldades de lidar com as limitações de Milena. O resultado de tanta maldade vem nas ruas: “Aceito os puxões de orelha numa boa, significa que o trabalho está sendo bem feito.”

Entrevista// Christine Fernandes

Foto: Vinicius Mochizuki. Christine Fernandes sobre a profissão de atriz: Somos arautos, formadores de opinião, isso nunca pode ser negligenciado

A Karina, sua personagem em Malhação – Toda forma de amar, é mãe da Milena, que é surda. Como foi sua preparação para este lado do personagem?
Aprendo libras e fui inserida em todo um contexto que envolve a surdez. Um universo riquíssimo. E desafiador já que a surdez impõe muitas barreiras que precisam ser derrubadas, especialmente a acessibilidade do surdo.

Como a Milena tem dificuldades e acaba sendo mal-tratada de alguma forma pela Karina, o público deve te dar puxões de orelhas, não? Como você lida com isso?
Acredito que o público é inteligente o suficiente e percebe onde Karina peca pelo excesso de zelo e onde ela é de fato age nocivamente. Aceito os puxões de orelha numa boa, significa que o trabalho está sendo bem feito.

A Karina é a terceira vilã seguida que você faz. Elas são mais interessantes para o ator?
Normalmente sim, mas não posso dizer que é uma regra. Já fiz personagens que não eram vilãs e eram maravilhosas, complexas e muito desafiadoras. Eu gosto muito das loucas, das putas, das personagens à margem. Mas gosto mesmo é de uma personagem bem escrita que me de possibilidades.

Como é estar em Malhação, ao lado de atores menos experientes do que você? Você acaba fazendo o papel de conselheira fora das câmeras?
Essa geração é muito esperta, eles andam bem com as próprias pernas. Mas estou ali, disponível para qualquer parada: colo, conselho, carinho… Gosto muito da convivência com essa juventude.

Malhação é uma produção voltada para o público jovem. Estar numa produção destinada a um público em formação aumenta a responsabilidade do ator?
Qualquer trabalho tem sua responsabilidade, seja ela social, moral, ética. Todo trabalho recebe de mim o máximo de cuidado nesse sentido. Somos arautos, formadores de opinião, isso nunca pode ser negligenciado.

Você já tem planos para quando Malhação terminar?
Sim, tenho um projeto no teatro. Mas ainda não posso dar muitos detalhes. Tudo que sei é que viverei uma mulher forte, com talento musical e que acredito que irá inspirar o público.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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