Carcereiros tem dois brasilienses como marca: o diretor José Eduardo Belmonte e a atriz Mariana Nunes
A marca de Brasília está impressa em Carcereiros, série da Globo que chegou à segunda temporada. Isso porque a direção geral da atração é do brasiliense José Eduardo Belmonte (que também assinou as duas partes da primeira temporada) e porque o elenco traz Mariana Nunes como Janaína (leia entrevista com a atriz), ex-esposa do protagonista Adriano (Rodrigo Lombardi).
Nesta temporada, o agente penitenciário Adriano vive entre o amor pela presidiária Erika (Letícia Sabatella) e a ética. Por estar envolvido com uma presa, ele tem a chance de facilitar um pouco a vida dela, mas fica atormentado pelas questões éticas que isso envolve.
Ao mesmo tempo, ele tenta resgatar a relação com o pai Tibério (Othon Bastos), com a filha Lívia (Giovanna Rispoli) e com a ex-esposa Janaína. Com o pai, a questão envolve o namoro dele com Sol, personagem bem mais nova vivida por Samantha Schmütz. Com a filha, a problemática está ligada à adolescência e ao sequestro sofrido por ela na primeira temporada. No caso de Janaína, ela consegue engravidar depois de muitas tentativas frustradas. Mas agora eles estão separados.
“O grande giro do personagem é quando ele vira uma espécie de proscrito e a segunda temporada prorroga isso. Ele está um pouco mais amargo, mais fechado, mais solitário, ele tenta fazer um caminho de volta, mas está tudo diferente. O que a gente fez foi tentar baixar um pouco a energia do personagem, para depois vir para uma crescente. Como está muito mais solitário, ele se envolve muito mais com a vida fora do presídio, ele vai tentar resolver situações de presos fora do presídio, vai tentando ocupar a solidão saindo para a rua… Ele não se envolve só pela ética, ele se envolve também pela fuga, para tentar ocupar o espaço com outras coisas”, explica Belmonte. Carcereiros vai ar na Globo, às terças-feiras.
Duas perguntas// José Eduardo Belmonte
A primeira temporada de Carcereiros teve uma repercussão muito positiva e venceu o grande prêmio do júri do Mip Drama Screenings, em Cannes (2017). Para a segunda, qual é a sua expectativa?
Não sei, não crio expectativa. O primeiro público para quem a gente tem que pensar, não no sentido de ser egoísta, é a gente mesmo. Você tem que estar feliz com o que fez, tem que estar realizado, tem que ser uma coisa da qual você tenha orgulho. Nossa preocupação é fazer algo de que a gente goste porque isso imprime para as pessoas. A gente tem que ter uma validação nossa em primeiro lugar.
Carcereiros tem uma linguagem próxima do cinema, assim como vem ocorrendo com outros produtos da Globo. O que você acha dessa convergência? Por ser cineasta, você se sente mais à vontade com esse diálogo entre as linguagens?
Acho que as linha entre cinema e tevê estão ficando difusas há algum tempo, até porque a forma de assistir ao audiovisual também está ficando diferente. É uma área muito dinâmica. Eu me interesso por qualquer narrativa. Sempre fui um curioso e eu gosto de contar histórias e do desafio de contar histórias em diversos formatos. Tem sido muito estimulante trabalhar em tevê porque acho que é onde tem se experimentado cada vez mais.