Nova novela das 19h, Cara e coragem chega com o desafio de entreter e emocionar ao mesmo tempo
Tem a aventura à Indiana Jones. Mas o clima é familiar. Tem assuntos sérios a serem discutidos. Mas é leve. Essa é a pluralidade que a autora Cláudia Souto e a diretora Natália Grimberg esperam dar a Cara e coragem, novela das 19h que estreia segunda=feira (30/5), na Globo.
O eixo central de Cara e coragem gira em torno do roubo de uma fórmula capaz de ajudar a salvar vidas na medicina ou de ser usada na fabricação de armas. A empresária Clarice (Taís Araújo) contrata os dublês Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) para resgatar a pasta onde está a fórmula da maneira mais discreta possível. O que une os três personagens e é o grande mote da novela é a coragem.
“Sempre fui muito fascinada pelo ambiente de dublês, pessoas que se arriscam no lugar de outras na frente das câmeras, mas que são anônimas”, afirmou Cláudia na entrevista de lançamento da novela. Mas a autora avisa logo que não estaremos apenas à frente da coragem física. “Também tem a coragem de desistir de uma relação; de criar um filho sozinho por estar magoado com a ex-esposa; até a macro coragem, de ser atropelada no lugar de alguém. Temos também a falta de coragem. O Joca (Leopoldo Pacheco) não tem coragem de assumir a filha; o Moa não tem motivação para seguir em frente”, enumera Cláudia.
“Tinha tudo para ser uma novela mais clichê, mas trouxemos um olhar que vai além. É uma comédia romântica com origem no suspense, e essa dualidade é o diferencial”, completa Natália.
Temas sérios
Apesar da faixa das 19h e do eixo cômico-aventureiro, Cara e coragem abordará temas espinhosos, como racismo, abuso de autoridade, armamentismo, mas sempre tratados de maneira leve. “A vida é riso, mas é choro também. Quero que o público se emocione e se divirta”, diz Cláudia.
A autora exemplifica citando “dois temas que estão na novela de forma subliminar e envoltos numa aura de aventura e que estão todo dia no noticiário: o apoio à ciência e a legalização das armas”.
Cláudia segue garantindo, porém, que não será um aperitivo para o Jornal Nacional. “Eu não vou abordar armamento em uma novela das 19h, que a gente quer divertir as pessoas, de uma maneira totalmente dramática. É um assunto que vem envolto numa atmosfera Indiana Jones. Eles vão atrás de uma pasta que pode servir para a ciência ou para a indústria bélica”, explica a autora, que conversou com cientistas e médicos durante dois anos para que a fórmula não fosse totalmente fictícia.
“Na novela, a discussão aparece em uma disputa familiar de poder entre dois irmãos. A Clarice quer usar na medicina e o Leonardo (Ícaro Silva), no poder bélico.” Afinal, disputas familiares são o cerne de muito novelão por aí.
Os protagonistas
Paulo Lessa – “Fazer o Ítalo é muito especial porque, na minha infância, eu não tive um Ítalo, um protagonista negro, cheio de camadas, bem-sucedido. A novela vai além do entretenimento.”
Taís Araújo – “Faço duas mulheres completamente diferentes. A Talita é mais popular, mais para o lado da comédia. Clarice é muito misteriosa, empoderada, uma mulher à frente de várias empresas. Sou muito feliz no horário das 19h. Vivi experiências lindas.”
Paolla Oliveira – “A personagem tem humor, mas tem um lugar delicado também. Ela precisa de coragem para reestruturar a vida. Aprendi a rolar escada, a pular de um prédio alto, o que fazer em cenas de explosão.”
Marcelo Serrado – “É um triângulo amoroso apresentado de forma bastante interessante. A relação com a Paolla lembra a série A gata e o rato.”