Atriz é o grande destaque da série Bom dia, Verônica, que estreia nesta quinta-feira (1º/10) na Netflix. O Próximo Capítulo já assistiu e te conta o que esperar!
Um thriller envolvente, digno de maratona. Essa é a melhor forma de explicar Bom dia, Verônica, nova aposta nacional da Netflix. A produção, que chega ao serviço de streaming nesta quinta-feira (1º/10), é inspirada no livro homônimo lançado em 2016 por Andrea Killmore, pseudônimo da criminóloga Ilana Casoy e do escritor e roteirista Raphael Montes, que também são os responsáveis pela adaptação.
A história é encabeçada pela personagem título vivida pela atriz Tainá Müller, uma escrivã da Delegacia de Homicídios em São Paulo que acaba se envolvendo em duas grandes investigações sobre crimes em que as mulheres são as vítimas. Essa “transição” de trabalho da protagonista se dá depois que ela presencia o suicídio de uma mulher vítima de um golpe aplicado por um homem que conquista mulheres por meio de um site de relacionamento.
Apesar de esse caso ser o mote da narrativa, é a segunda investigação de Verônica que realmente dá liga à série e faz com que o espectador siga assistindo à trama em modo maratona. Durante a investigação do golpe, a escrivã aparece num programa de televisão e informa um número para que as mulheres façam denúncias. É assim que Janete (Camila Morgado), casada com o militar Brandão (Du Moscovis), encontra forças para denunciar o marido, que a mantém, de certa forma, em um cárcere privado e a inclui em suas práticas criminosas de sequestrar mulheres na rodoviária para um ritual sinistro.
O enredo do casal é o grande destaque da narrativa. Por meio dessa história, a série consegue discutir diferentes aspectos da violência contra a mulher, desde a doméstica, com manipulação psicológica e também agressão física, até o feminicídio. Essa boa construção passa pelo roteiro, pela caracterização (figurino e cenário) e se torna ainda mais forte pelas interpretações. Camila Morgado entrega uma Janete bastante crível, uma mulher que se anula diante do marido e que se culpa pelas atitudes dele. Já Du Moscovis consegue colocar uma dualidade em Brandão, deixando evidente que nem sempre as aparências condizem com a realidade.
A boa atuação da dupla unida ao ótimo enredo do núcleo acaba anulando a protagonista Verônica, mesmo essa tendo ainda mais duas narrativas próprias: a relação com a família (marido, filhos e o pai); e uma terceira investigação dentro da polícia que relaciona casos de corrupção interna. Nada disso consegue ser pário para a história de Janete e Brandão.
Até por isso, o final da série é um tanto agridoce. Com tantas pontas soltas para ligar, Bom dia, Verônica prefere resolver os conflitos principais de forma rápida e sem detalhamento. Uma pena. Principalmente porque o seriado tem um ritmo envolvente, digno de um bom thriller investigativo e policial. É difícil não optar pela maratona dos oito episódios, mesmo que, em alguns momentos, seja doloroso acompanhar tamanha violência.
O livro que deu origem à história ganhará uma sequência, Boa tarde, Verônica, o que pode indicar que a série também pode ter uma segunda temporada. Resta esperar!
Assista ao trailer de Bom dia, Verônica