Uma das protagonistas de Sintonia, Bruna Mascarenhas produz e estrela websérie NeuRose, em que a quarentena inspira cenas engraçadas
Nesta quinta-feira (4/6) vai ao ar o terceiro episódio de NeuRose, insta série (série transmitida pelo Instagram) criada e estrelada por Bruna Mascarenhas, atriz que ficou conhecida ao viver uma das protagonistas de Sintonia, série disponível no catálogo da Netflix. Em cena, Bruna vive Rose, mulher cheia de manias, com obsessão por detalhes e crises existenciais. Rose tem dificuldades de relação com os pais, com o chefe, com a melhor amiga, com namorado e com o ex-namorado. Até com a terapeuta!
A ideia de NeuRose nasceu antes da pandemia. A série tinha, portanto, outros atores em cena. Com o isolamento social, foi preciso se adaptar. “Acredito muito no universo, acho que as coisas acontecem na hora delas. Se não estivéssemos nos adaptando, a nossa Rose seria outra, a nossa estrutura e escolhas também. Os outros personagens seguem vivos para a Rose, mas ainda não aparecem pra nós”, afirma Bruna, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Antes de estrear, há uma semana, Bruna sabia, por experiência própria, que havia muitas Roses por aí. Mas com a repercussão do primeiro episódio percebeu que há ainda mais.
“Depois que soltamos nosso primeiro episódio tivemos muitos feedbacks, não só dos amigos, familiares e conhecidos, mas também de vários seguidores. E todos, em algum lugar, se identificam com a personagem e seus dilemas. A neura não precisa, nem deve ser banalizada. Acho que todos temos em algum lugar, e faz parte”, comenta Bruna. A atriz confessa que não fica de fora dessa lista: “Desde criancinha eu tinha várias manias, tiques nervosos. Falo muito sozinha também, minha cabeça não para. E ela é muito 8 ou 80. To tentando melhorar isso aí!”
Na entrevista a seguir, Bruna fala sobre NeuRose, a volta ao trabalho após a covid-19 e a segunda temporada de Sintonia. Confira!
Entrevista// Bruna Mascarenhas
Como surgiu a ideia de NeuRose?
Já fazia um tempo que eu queria realizar um projeto meu, voltado para um universo tragicômico, em que pudéssemos levantar questões sociais, culturais, entre várias outras. Foi quando, junto com o Chico Cassal, produtor da NeuRose, unimos pessoas queridas pra somar. Um pouquinho antes do isolamento social começar eu já tinha parte da equipe e, logo em seguida, entramos nessa pandemia. Eu tinha várias ideias de como queria a personalidade da personagem, a estrutura da insta série, por onde seria interessante a gente passar, mas nada concreto. Aí que entra o Wagner D’avilla, roteirista, que me trouxe a Rose e suas manias, neuras, questões e questionamentos, que podem ser os mesmos de muita gente.
Como é a websérie?
Conta a história dessa jovem que está sozinha na quarentena, com várias dúvidas, inseguranças e questionamentos sobre tudo. Tem episódios curtos.
A Rose é uma jovem neurótica em vários aspectos. Cada um de nós temos um pouquinho dela?
Acreditamos que sim. Depois que soltamos nosso primeiro episódio então, tivemos muitos feedbacks, não só dos amigos, familiares e conhecidos, mas também de vários seguidores. E todos, em algum lugar, se identificam com a personagem e seus dilemas. A neura não precisa, nem deve ser banalizada. Acho que todos temos em algum lugar, e faz parte.
E você? O que tem da personagem?
Muita coisa! Desde criancinha eu tinha várias manias, tiques nervosos. Falo muito sozinha também, minha cabeça não para. E ela é muito 8 ou 80. To tentando melhorar isso aí! (risos)
NeuRose é seu primeiro monólogo? Como está sendo essa experiência?
Sim. E está sendo muito desafiador. Fazer um projeto autoral, uma personagem tragicômica, por si só já é um desafio. Inicialmente, quando escrevemos, foram inseridos outros personagens, ou seja, outros atores estariam nessa comigo. Mas com o isolamento, fomos nos adaptando com o que tínhamos. Mas acredito muito no universo, acho que as coisas acontecem na hora delas. Se não estivéssemos nos adaptando, a nossa Rose seria outra, a nossa estrutura e escolhas também, consequentemente. Os outros personagens seguem vivos para a Rose, mas ainda não aparecem pra nós.
Antes da pandemia como era a sua relação com a produção para o meio virtual?
Depois de Sintonia cheguei a um milhão de seguidores no Instagram. Antes eu tinha 3 mil. Precisei de um tempo para entender de uma forma diferente a rede social, os pós e contras, enfim, foi tudo muito novo e rápido. Em dezembro, me deu o estalo de produzir conteúdo através da minha rede. Pensei em criar um canal para levantar alguns assuntos. Depois vi que não era a minha. Foi quando veio a ideia de criar um conteúdo regular, exercendo meu ofício. Ia criar, me exercitar, e também engajar.
Você acha que a pandemia vai trazer uma reconstrução da profissão do ator, com mais foco no virtual e menos em filmes para o cinema, por exemplo? Como se preparar para isso?
Não dá pra ter certeza de nada por enquanto. Infelizmente, a nossa cultura vai ser a última a voltar à ativa, o que vai afetar o número de produções, de pessoas empregadas, aquele efeito dominó. Então, as coisas devem demorar um pouco mais a voltar à normalidade. Principalmente, pensando no teatro. Eu torço e acredito que vai ser passageiro, mas atitudes precisam ser tomadas para garantir o básico para profissionais da cultura.
Como você está enfrentando o isolamento social?
Eu estou bem, às vezes rolam aqueles altos e baixos. Mas está sendo um momento de rever muitas coisas.
Vocês chegaram a começar a gravar a segunda temporada de Sintonia? O que pode adiantar dos próximos episódios?
Estávamos ensaiando. Tivemos que dar essa pausa e até agora não temos previsão. Por enquanto não consigo adiantar nada. Estou louca pra receber o roteiro!