A série documental da Netflix conta em quatro episódios os segredos sobre Barbie, Comandos em ação, Star wars e He-Man. Saiba mais sobre Brinquedos que marcam época
Já indiquei essa série na coluna impressa publicada aos domingos na Revista do Correio, mas a produção Brinquedos que marcam época merece mais do que isso, simplesmente por mexer com o imaginário de quem foi criança nos anos 1980 e 1990. Principalmente, se você foi uma “criança de apartamento” como eu, que tinha como brincadeira preferida reunir os brinquedos na sala, no quarto, na varanda, em qualquer lugar que fosse.
Cresci ao lado de todo tipo de brinquedo. As Barbies eram as minhas favoritas, mas tinha espaço para Playmobil, Lego, Moranguinho, Fofolete, aqueles bonecos bebê e também para a coleção do meu irmão mais velho (que eu também considerava minha) com Comandos em ação, He-Man, bonecos de todos os super-heróis e até Cavaleiros dos Zodíacos.
Com uma infância dessas, quando me deparei com a série Brinquedos que marcam época no catálogo da Netflix fui à loucura. A produção se trata de uma série-documental dividida em quatro episódios que aborda os bastidores da história de quatro brinquedos: Star wars, Barbie, He-Man e G.I. Joe (esse conhecido no Brasil como Comandos em ação). Em cada capítulo, o seriado exibe depoimentos dos criadores e pessoas envolvidas com os brinquedos, contando desde a criação ao momento de sucesso e, em alguns casos, até a decadência.
A produção começa com o episódio de Star wars. Mas queria sugerir uma sequência diferente: Barbie, G.I. Joe, Star wars e He-Man. Dessa forma, os episódios seguirão uma certa cronologia. Com isso em mente, prepare o coração para a nostalgia que estar por vir e também pelo cristalzinho que se quebra quando você se der conta do quanto acabou sendo manipulado comercialmente pelas empresas de brinquedos.
Brinquedos que marcam época
1. Barbie
Como sugeri, acho que o mais interessante é começar pelo segundo episódio, que tem como foco a Barbie. Tudo porque a boneca foi o primeiro grande sucesso da indústria de brinquedos.
O capítulo mostra várias coisas interessantes, como a boneca erótica que inspirou Barbie, o conceito do brinquedo e as diversas mudanças que a boneca passou ao longo dos anos para se manter no topo das vendas até ter que concorrer com a coleção Bratz.
2. G.I. Joe (Comandos em ação)
Com o sucesso da Barbie, a Hasbro também queria fazer um boneco para meninos. Aproveitando o momento de patriotismo nos Estados Unidos, a aposta foi em uma série de bonecos com personagens ligados a força militar. Assim surgiu a coleção G.I. Joe e também o termo “action figure”, já que a empresa não queria usar a palavra boneco no brinquedo feito para o público masculino.
O episódio também aborda a principal mudança no brinquedo, quando os bonecos se tornaram menores para competir com a coleção de Star wars, e como a criação de uma história em quadrinhos e de uma animação foram uma estratégia para vender o produto. Depois, os bonecos ganharam versões cinematográficas.
3. Star wars
Diferentemente do que aconteceu com G.I. Joe que teve que criar uma HQ e uma animação para enfim se lançar no mercado de brinquedos, a coleção de Star wars veio realmente inspirada na trilogia de George Lucas. Depois do sucesso dos brinquedos lançados após o primeiro filme, a Hasbro entendeu o potencial do longa-metragem e até passou a fazer peças que não fazia parte dos longas do cinema.
Desde então, Star wars já vendeu mais de 1 bilhão de brinquedos da franquia e lucrou o dobro com as vendas, se comparado com a bilheteria dos filmes. A estratégia de brinquedos e colecionáveis ficou bem mais visível com o lançamento dos novos filmes, já sob o comando da Disney. Afinal de contas, quem não quis comprar um BB8 ou um Porg?
4. He-Man e os Mestres do Universo
Essa foi a coleção da Mattel para voltar a brigar com a Hasbro depois do lançamento dos brinquedos de Star wars. Com um conceito feito primeiramente para os bonecos, a empresa entendeu que precisaria de um apoio, assim vieram um gibi e uma animação. Além disso, o boneco se diferenciava pelas expressões, tamanho e movimento.
O sucesso de He-Man foi tão grande que incomodou até departamentos de brinquedos da própria Mattel, como a Barbie, que viu parte das meninas migrarem para os bonecos ligados aos Mestres do Universo. Para aproveitar o bom momento, a boneca lançou She-Ra, que também ganhou uma animação e serviu para a Mattel entender que era preciso lançar sempre um desenho para assim conseguir vender mais bonecos.
Obs: A grande conclusão da série é de que a maioria dos desenhos que você assistiu foram criados para sustentar a indústria de brinquedos. Fomos usados? Sim, mas que nós nos divertimos muito ninguém pode negar. Olha aí embaixo como a blogueira aqui na infância estava bem feliz com suas Barbies.