Atual protagonista de Elite, o brasileiro de 26 anos fala sobre a nova temporada e a presença de Anitta na série de sucesso da Netflix
Patrick Selvatti
A sétima temporada da série espanhola Elite, da Netflix, estreou neste fim de semana e traz como maior chamariz a participação de Anitta, que interpreta uma nova professora do Las Encinas. Essa, entretanto, não é a primeira vez que um membro do elenco desperta um interesse maior do público brasileiro — que já tinha abraçado as narrativas desenroladas no colégio de alto nível de Madri desde o início, lá em 2018. O ator André Lamoglia, ainda pouco conhecido por aqui quando surgiu na produção, em 2021, na quinta temporada, também causou natural curiosidade.
Muita gente se perguntou se o intérprete do novo amor de Patrick (Manu Rios) era realmente brasileiro como o personagem Iván, português como o astro Carlotto Cotta — intérprete de seu pai na ficção — ou mesmo argentino — já que o rapaz filmou, no país hermano, a série Bia, do Disney Channel, de projeção igualmente internacional. Fato é que o requisitado ator de 26 anos é carioca e, por aqui, já contracenou com pesos-pesados da nossa teledramaturgia, como Glória Pires e o saudoso José Wilker, além da youtuber Kéfera Buchmann nos filmes De novo, não (2018) e Eu sou mais eu (2019) — longa-metragem vencedor do Prêmio do Grande Cinema Brasileiro, na categoria Voto Popular — e da cantora Giulia Be em um clipe.
Vivendo há três anos na Espanha, após fazer cursos de atuação em Los Angeles, André Lamoglia tornou-se fluente em inglês e espanhol, soma 3 milhões de seguidores no Instagram, tem como um dos melhores amigos o craque da Seleção Brasileira Vini Jr. e, desde que surgiu em Elite — que já está com a oitava temporada sendo gravada —, tornou-se um dos rostos mais disputados pelas revistas de moda e campanhas de publicidade do mundo, estrelando editoriais de grifes de altíssimo padrão como Bvlgari, Fendi, Ralph Lauren e Prada.
Em entrevista, diretamente de Madri, o atual protagonista da bem-sucedida série espanhola conversou com o Próximo Capítulo sobre o impacto de entrar no meio de uma produção aclamada pelo público e pela crítica internacional, atuar em outros países, protagonizar tórridas cenas de sexo com o galã espanhol Manu Rios e dividir estúdio de filmagens com a “girl from Rio” Anitta.
ENTREVISTA/ André Lamoglia
Qual foi o maior desafio ao ingressar em uma série aclamada mundialmente, já na quinta temporada? Como foi a receptividade do elenco?
O maior desafio acho que é justamente entrar num projeto em que já existia um elenco totalmente entrosado em cena, aí você corre atrás. Quanto à receptividade, foi impecável, não só o elenco, que foi totalmente acolhedor, como toda a produção, só tenho a agradecer. Em pouco tempo, já me sentia em casa.
Como foi a relação, especialmente, com Manu Rios?
O Manu se tornou meu amigo já nos primeiros dias de gravação, e é uma amizade que ficará para a vida. Só tenho coisas boas para dizer sobre ele, e torço para que ele faça cada vez mais sucesso!
Vivenciou alguma tensão ou constrangimento em relação às cenas de sexo gay?
Honestamente, não vejo muito sentido em alimentar qualquer tabu em relação a uma cena de sexo gay, como se ela fosse diferente de gravar uma hetero. É preciso que a gente naturalize as diferentes orientações sexuais. Agora, no que diz respeito a ter gravado a minha primeira cena de sexo, com certeza, no início, você precisa mais do trabalho de direção, até para as questões de câmera, luz, etc. Mas todos os sets por onde já pisei foram marcados por parceria e profissionalismo.
Iván se tornou protagonista da última temporada. Era algo que você imaginava que pudesse acontecer?
Apesar de eu achar que o protagonismo em Elite é bem dividido, o Iván teve grande importância na última temporada, com a temática central diretamente ligada a ele. Embora, nós, atores, tenhamos uma antecedência em saber as cenas que serão gravadas, justamente para estudá-las e estarmos preparados para a gravação, muitas vezes essa antecedência não é muita, e nem nós sabemos o que vai acontecer a seguir. Então, é difícil prever o rumo que a temporada vai levar, quantas cenas você vai ter. De qualquer forma, fiquei muito feliz com o crescimento do Iván e todas as camadas que ele vêm desenvolvendo. Ele entrou na série com um jeito solar, depois foi tomando umas pancadas da vida, como, por exemplo, a perda do pai, vítima da homofobia, e isso interferiu diretamente no seu jeito e na maneira de encarar as coisas. Só tenho a agradecer, não apenas por estar em uma trama de tamanho alcance, mas também pelo bom personagem.
O que o público pode esperar desta sétima temporada?
Como de costume, Elite tem seu suspense de cada temporada, e essa não vai ficar de fora. Entram personagens novos no colégio, e um deles é a Anitta que, como ela mesmo já falou, interpretará uma professora. Mais que isso não posso falar porque seria spoiler. Posso adiantar que teremos outros atores também somando ao elenco, como a Maribel Verdú, com quem tenho prazer de contracenar e, na minha opinião, tem uma trama das mais interessantes.
Houve alguma troca entre você e a Anitta?
Foi ótima! Estamos todos muito felizes em tê-la aqui também conosco. Infelizmente, meu personagem não está no mesmo núcleo que o dela, mas, mesmo assim, fico feliz de ter uma compatriota, ainda mais como ela, dividindo o projeto.
A oitava temporada está em gravação. Ainda há história nova para ser contada?
Com certeza, histórias novas sempre existirão. A criatividade e a fantasia são infinitas no audiovisual.
A carreira internacional veio. Mas há algum desejo ou chance de te vermos em uma novela ou série brasileira?
Sem dúvidas, o Brasil sempre foi e será minha eterna casa, morando ou não no país. Nós temos muitos produtos de qualidade, atores maravilhosos, um público muito fiel, então, na hora certa e com o projeto certo, tenho muita vontade de fazer um trabalho no Brasil, sim.