Qual foi a de Bloodline? O seriado foi encerrado após três temporadas. Confira análise da trajetória da série
Elenco de peso: check.
História interessante: check.
Meio perdida: check.
Cansativa: check.
Ao fim de sua terceira temporada, Bloodline mostra uma carreira regular, com pontos que poderiam ter sido melhorados e outros que valerão como referência.
A maioria das séries seguem uma estrutura simples: uma introdução, um desenvolvimento em direção a um ápice (conflito) e então a resolução. Naturalmente, com o passar dos anos, as produções conseguiram maior liberdade para trabalhar esse caminho, e, com Bloodline, não foi diferente.
A produção conta a história de como um dos membros de uma família tradicional se torna uma verdadeira ovelha negra depois de uma tragédia e é assassinado pelos irmãos, não tem um plot muito original, mas conseguiu entregar um conteúdo decente. Em essência: veja Bloodline. Não é uma perda de tempo, mas tenha em mente que a qualidade da primeira temporada não será restabelecida ao longo da história.
CUIDADO, ABAIXO CONTÉM SPOILERS!
O grande pulo do gato da produção (em relação aquela história da estrutura das séries no começo do texto) foi a aposta em abrir ao público o que – teoricamente – seria seu ápice (a morte de Danny pelos outros irmãos) logo no primeiro episódio, na verdade ainda no trailer, para trabalhar outro clímax. Mas a grande impressão que ficou é que a história simplesmente se perdeu nesse “segundo” ápice e o público sofreu um desenvolvimento sem um potencial completo.
Não me levem a mal, a primeira temporada da série tem linhas de obra-prima. Contudo, depois de entendermos exatamente como a morte de Danny aconteceu – deixando claro que nenhum irmão naquela casa era um herói, tanto quanto queriam que os outros acreditassem – parece que os demais enredos são uma continuação, que tropeça ao dar a importância que àquela morte antes tinha. Até o filho bastardo de Danny me pareceu uma opção ao confuso caminho que a trama estava tentando seguir.
Falar dos outros membros do clã Rayburn é bem difícil. Por mais que sejam personagens complexos, com boas atuações e que tenham histórias densas, eles passam a história com desenho de figurantes (calma, eu sei que isso muda no fim, mas só no final…). O grande personagem destaque, John, contou com a brilhante atuação de Kyle Chandler – como de costume – que levou o personagem de um honroso membro comunitário e herói de família a posição de assassino. Chandler, inclusive, em conjunto com Ben Mendelsohn (Danny) representou bem a série nas premiações.
Confira o trailer de Bloodline: