Nova aposta da HBO, a minissérie Big little lies tem mistério instigante sobre assassinato. Mas vai além, com ótimo elenco e discussões de temas importantes, como violência doméstica
Big little lies, a nova aposta da HBO, chegou à televisão no mês passado sob muito expectativa. A produção tem um elenco de fazer inveja a muito filme hollywoodiano, com Nicole Kidman, Reese Whiterspoon e Shailene Woodley dando vida ao trio de protagonistas Celeste Wright, Madeline Mackenzie e Jane Chapman, respectivamente. Já não bastasse isso, a história vem da obra homônima da autora australiana Liane Moriarty, que se tornou campeã de vendas nos Estados Unidos.
Uma junção dessa só poderia dar certo. E deu. Assim como no livro (o qual eu corri para ler e você também deveria!), a produção acompanha as mudanças na até então pacata comunidade de Monterey após a chegada de Jane e seu filho Ziggy. A jovem mãe vai para a região em busca de mudar de vida (será mesmo?), mas logo no primeiro dia de aula do filho na escola, começa a passar por muitos problemas. Ziggy é acusado de estrangular a pequena Amabella, filha de Renata Klein (Laura Dern), que, a partir daí, decide travar uma briga com Jane, que acaba sendo protegida por Madeline, uma das mães mais poderosas do condado.
Como na obra literária, a minissérie vai e volta no tempo para a contar o que acontece após algumas semanas da chegada de Jane: a morte de um dos personagens durante uma festa escolar. Personagens secundários aparecem em flashes contando o que acham que pode ter causado a morte do misterioso personagem e apontando um culpado para a polícia. Enquanto, o trio Madeline, Jane e Celeste aparece em momentos do passado. E esse realmente é um dos grandes trunfos da produção: ir mostrando aos poucos os acontecimentos que levaram ao fatídico assassinato.
Além de ter esse mistério instigante (sobre quem morreu, quem matou e qual foi a motivação), Big little lies conquista pelos assuntos levantados, como violência doméstica, bullying, maternidade e paternidade, novos tipos de família e relacionamentos em geral, e pela profundidade do personagens, que têm mais camadas do que expõem para a comunidade de Monterey. É (quase) impossível não se apaixonar por Madeline. A personagem é uma leoa em defesa das filhas e também das amigas e mantém um ressentimento do ex-marido que a abandonou sozinha com a primogênita.
Meu conselho é também ficar de olho em Celeste e na família dela, formada pelo marido Perry (Alexander Skarsgard) e pelos gêmeos Max e Josh. A história da personagem é muito mais do que aparenta ser. Então, claro nem é preciso dizer que Reese e Nicole, que fazem Madeline e Celeste, estão excelentes em suas atuações.
Se for fazer uma crítica negativa a Big little lies é que a minissérie instiga, mas muitas vezes deixa de revelar situações importantes, que, sim, estão bem contadas no livro. Mas isso não chega a comprometer o andamento da produção, que faz um bom balanço entre mistério, abordagem de temas urgentes (estou falando principalmente da violência doméstica) e personagens complexos. Não deixe de ver, serão apenas sete episódios. Hoje, a HBO exibe o terceiro.
SERVIÇO
Big little lies
Todo domingo, às 23h, na HBO. Também está disponível na HBO GO.