Big little lies: Reflexões da 2ª temporada e o que esperar — de um possível — 3º ano

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Recheada de estrelas, a minissérie Big little lies se estendeu por mais um ano. Será que valeu a pena?

Oito Emmys e uma aclamação popular poucas vezes vistas no canal a cabo norte-americano HBO. A produção Big little lies estreou em 2017 e arrebatou não só um conjunto de estrelas que a protagonizam, mas também a atenção — e admiração — de uma grande fatia dos fãs de tevê.

Contando com um grupo de estrelas da envergadura de Nicole Kidman, Reese Witherspoon, Alexander Skarsgard e Laura Dern, BLL apostou em um enredo cheio de recortes temporais para contar como um grupo de mulheres de classe média alta se uniu contra um mal em comum. O plot pode até não ser inédito, mas a execução foi indiscutivelmente brilhante.

Crédito: HBO/Divulgação – Elas voltaram, mas isso foi algo bom?

Com tantos atributos positivos, não é de se espantar que a emissora norte-americana tenha decidido transformar a minissérie em uma série, lhe rendendo uma segunda temporada com sete episódios, que tiveram a transmissão concluída no fim de julho. Chegou a hora de analisar esse “puxadinho” na produção em quatro pontos principais, dois positivos e dois negativos.

Cuidado, contém spoilers!

Copo meio cheio

1 – O enredo andou (pelo menos em alguns núcleos):

Um dos grandes problemas em relação a continuações “inesperadas” é o que contar para o público. Algumas produções tropeçaram neste quesito, mas Big little lies não — pelo menos no contexto geral. A grande mentira cinco de Monterey foi o principal ponto de partida desse novo enredo.

Por um lado, as cinco tinham de lidar com a aproximação da verdade em aspectos externos — como Mary Louise (Meryl Streep) investigando a morte do filho, ou até mesmo a detetive Quinlan (Merrin Dungey), que não engoliu a versão das mulheres.

Entretanto, os ataques também começaram a se tornar internos, já que a pressão das repercussões começou a afetar as mulheres, especialmente Bonnie (Zoë Kravitz), que se sente engolida pelo assassinato de Perry (Alexander Skarsgard).

Crédito: HBO/Divulgação – Celeste e Mary Louise formaram um enredo de prender o fôlego nesta 2ª temporada

A luta pela guarda dos filhos de Celeste (Nicole Kidman) também foi outro enredo eficaz e que apresentou grandes momentos para a série. O plot teve começo, meio e fim, seguiu uma linha lógica e ainda pode render boas histórias para a possível terceira temporada. Pelo menos na história principal, a produção conseguiu uma satisfatória resposta para o público.

2 – Renata, Celeste e Mary Louise:

Outro grande destaque de Big little lies sempre foi o elenco, e nesta segunda temporada não foi diferente. A grande estrela, disparada, foi Laura Dern, com a icônica Renata Klein. A personagem difícil — que trafega em uma linha tênue entre a histeria e a emoção — foi controlada e potencializada pela atriz, rendendo momentos mais firmes e sólidos, não obstante, nem menos emocionantes. Renata também foi fundamental para mostrar uma das maiores mensagens da série: o poder feminino.

Crédito: GIPHY/Reprodução – Renata virou um ícone da produção

No outro núcleo, Nicole Kidman e Meryl Streep deram vida a uma batalha de titãs de duas personagens que não têm nada a perder. Cada cena das duas era de prender o fôlego, e o último episódio marcou uma tensão que levou os telespectadores a catarse — e as lágrimas.

Crédito: HBO/Divulgação – O julgamento pela guarda dos filhos de Celeste foi o clímax perfeito para esta 2ª temporada

Copo meio vazio

1 – O elenco “secundário”:

Se Renata, Mary Louise e Celeste brilharam, outras ficaram em uma espécie de limbo criativo estranho. A principal delas: Madeline (Reese Witherspoon). Se na primeira temporada, a mulher estava no foco da trama, no segundo ano a personagem ficou relegada a um enredo do “divorcia não divorcia” levado em banho marido pelos sete episódios da temporada.

Crédito: HBO/Divulgação – O casamento de Ed e Madeline rodou, rodou… e parou no mesmo lugar do começo

Em menos grau, a situação também se aplica para Jane (Shailene Woodley), que emplaca um romance devagar, entretanto, melhor transmitido graças ao trauma de estupro da mulher. Por fim, os maridos Nathan (James Tupper) e Ed (Adam Scott) seguiram um caminho de extrema coadjuvação, em contraste a relevância que outrora tinham.

Óbvio que é impossível manter todos os personagens no foco do protagonismo sempre, entretanto, a crítica aqui se volta para a alternância, que foi muito mais homogênea no primeiro ano.

2 – Um cliffhanger suspeito:

O tipo de final escolhido é arriscado e pode ter torcido o nariz de alguns espectadores. A grande impressão é que as mulheres se entregaram, entretanto, em uma possível volta, tal decisão provavelmente será bem mais “atenuada” para contar os desdobramentos de tal ida a polícia. Em síntese, um cliffhanger esperado, mas ainda indigesto.

Crédito: HBO/Divulgação – Esse final na delegacia foi meio difícil de engolir

Uma possível terceira temporada

Como era de se esperar, o fim deixou uma dúvida: vai ter mais? Entre muitas especulações, uma das últimas novidades sobre o tema foi uma entrevista que as atrizes Nicole Kidman e Reese Witherspoon deram à revista Enterteinment Weekly no domingo (28/7).

Segundo as estrelas da produção, ainda ocorrerá uma “conversa” sobre o futuro da produção, em que será decidido sobre a possível terceira temporada. Entretanto, também ficou claro que a sequência foi planejada para deixar possíveis “perguntas” no ar, que seriam respondidas em uma continuação. Em resumo, é possível… Vamos torcer os dedos.

Crédito: HBO/Divulgação – De qualquer forma, estaremos aqui para a possível 3ª temporada
Ronayre Nunes

Jornalista formado pela Universidade de Brasília (UnB). No Correio Braziliense desde 2016. Entusiasta de entretenimento e ciências.

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