Desde antes da vitória de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos, Michelle Obama se tornou numa figura marcante do país. Ao longo dos oito anos de mandato do marido, ela teve forte presença política e social. Mesmo com a saída do governo, a estadunidense se manteve ativa, dando exemplo e inspirando jovens e mulheres.
Em 2018, a ex-primeira dama percebeu que podia manter a voz conquistada na época em que o marido foi presidente ao compartilhar sua trajetória que perpassa pelas dificuldades e pelas superações de uma mulher negra nos EUA. Assim surgiu o livro Becoming (ou Minha história, em português), que, logo, virou um best-seller. Na obra, a Michelle narra a vida em uma família de classe média em Chicago, o estudo em Princeton e depois em Harvard, o casamento com Barack, a depressão pós-parto e os momentos na Casa Branca.
Após ter atingido tanto sucesso por meio das páginas, Michelle Obama quis fazer mais e rodou o país passando por 34 cidades em uma turnê que lotou estádios, em que ela bateu papos honestos, recebeu um a um dos fãs e esteve em rodas com jovens das comunidades dos locais por qual passou. Essa linda e emocionante viagem por dentro do país é compartilhada no documentário que leva o nome do livro lançado em 6 de maio na Netflix.
O longa-metragem acompanha essa trajetória de Michelle Obama na turnê. Mas, mais do que isso, se debruça sobre quem é essa mulher, quais foram as origens dela e quem está ao redor da ex-primeira dama. Há um espaço muito interessante dado para a família de Michele — a mãe Marian Shields Robinson e o irmão Craig Robinson –, além de profissionais que estão sempre ao lado dela, como um dos agentes da segurança e a assessora pessoal. O filme também acerta em mostrar Barack e as filhas do casal por apenas alguns segundos. Aqui a estrela é Michelle, essa mulher que se tornou numa inspiração nos EUA e no mundo.
As pessoas com quem Michelle encontrou na turnê, “meros desconhecidos” também têm tempo de tela. A intenção é exatamente mostrar algo que a norte-americana diz o tempo todo: dar voz às histórias. Em Becoming, Michelle tem um discurso positivo e de luta, de que é preciso sair das estatísticas e se inspirar em alcançar os objetivos. Ao mesmo tempo, o documentário é duro em certas partes, porque Michelle está desnuda, compartilhando até os momentos ruins de ter sido uma primeira dama negra. Becoming é, sem dúvidas, uma aula, das mais necessárias em tempos sombrios como agora.
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