Animação é a palavra que define Daniel Rangel neste momento. O ator está prestes a estrelar a primeira novela inteira da carreira dele, como o Tarantino de Salve-se quem puder. Daniel protagonizou Malhação – Vidas brasileiras como o Alex e a série do Globoplay Eu, a Vó e a Boi como Roblou. A trama de Daniel Ortiz estreia nesta segunda-feira, no horário das 19h.
“É um projeto que estou animado para fazer há um tempo, até porque eu recebi o convite para a novela antes da série (Eu, a Vó e a Boi). Fui criando expectativa porque eu nunca fiz uma novela inteira. Estou animado também porque é uma comédia romântica, que eu também nunca tinha feito”, conta Daniel, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Daniel aposta na diversidade em sua carreira — está na novela, no filme Três verões e planeja a volta aos palcos, onde a carreira dele começou. “Eu não quero ser um ator rotulado que só faz teatro, só faz tevê, só faz cinema. Quero estar em todas as plataformas e poder passar um pouco das mensagens que quero passar, falar das coisas em que eu acredito. Fazer isso sem o teatro, para mim, é difícil. Então, eu estou com vontade de voltar para o lugar onde eu comecei”, comenta.
Na entrevista a seguir, Daniel Rangel fala sobre a carreira, Salve-se quem puder e o rótulo de galã. Confira!
O que você pode adiantar de Salve-se quem puder?
É um projeto que estou animado para fazer há um tempo, até porque eu recebi o convite para a novela antes da série (Eu, a Vó e a Boi). Fui criando expectativa porque eu nunca fiz uma novela inteira. Fiquei muito animado porque a gente não considera Malhação novela, embora ela seja umas duas ou três novelas (risos), e eu fiz uma participação em Novo mundo. Estou animado também porque é uma comédia romântica, que eu também nunca tinha feito. O personagem me interessou muito desde o nome, Tarantino (risos). Quando eu soube que ele tinha a ver com o esporte também fiquei muito animado porque era uma coisa que eu queria trazer para a minha vida. Faltava esse empurrãozinho. Agora eu tenho que mudar o meu corpo para o personagem, ficar mais em contato com atividade física, ter alimentação mais regrada ー isso tem me ajudado muito.
O Tarantino é um ginasta. Você chegou a treinar ginástica? Você tinha alguma referência disso?
Não tinha referência nenhuma. A única coisa que eu gostava de fazer, mas de forma muito intuitiva e amadora, era parkour, que não tem muito a ver e ao mesmo tempo tem. O parkour é mais livre, tem movimentos rápidos e você se vira para cumprir a trajetória. A ginástica já é cheia de regrinhas. Eu comecei a treinar regularmente em outubro e vou fazer esse treinamento até o fim da novela. Eu acho importante esse contato com os atletas de verdade, que fazem isso sempre.
Você teve papéis grandes em Malhação, em Eu, a Vó e a Boi e terá em Salve-se quem puder. Sente essa pressão?
Eu nunca me preocupei muito com isso. Me preocupo mais com o texto, com o que diz o personagem, com a história que ele tem para contar. Em Malhação e em Eu, a Vó e a Boi meu personagem conduzia a trama geral da trama. Agora, na novela das 19h, a gente tem três protagonistas mulheres, o que eu acho super importante a gente frisar porque esse é um momento de empoderamento. Dentro do núcleo delas tem as outras histórias. Eu faço parte do núcleo da Deborah Secco. Eu faço o sobrinho dela. Ela é uma atriz que ama cinema e quis colocar o nome do sobrinho dela como Tarantino. No núcleo do ginastas, o Tarantino é quem conduz a trama porque ele é uma das apostas do clube no esporte.
Como foi sua experiência em Eu, a Vó e a Boi? Era sua primeira comédia na tevê e você estava cercado de muita gente boa no gênero, como Arlete Salles e Vera Holtz, por exemplo…
Eu aprendi muito. Eu sempre fui espectador das obras do Miguel (Falabella, autor da série). Ficava nas minhas férias comendo palha italiana e assistindo a Toma lá dá cá (risos). Eu sempre tive curiosidade em fazer uma obra do Miguel, de viver esse universo que é único. Só ele consegue criar esse universo de personagens bizarros, fora do padrão que a gente vê na televisão. Eu já tinha feito comédia no teatro ー inclusive a maioria das minhas peças é de comédia. Foi uma experiência maravilhosa e eu fiquei com vontade de fazer mais, de experimentar mais, num vilão ou num personagem que tenha mais composição.
Você é comumente apontado como um galã da sua geração. Esse rótulo, de alguma forma, te assusta ou te incomoda?
É uma coisa que as pessoas criam em cima do trabalho da gente. Esse rótulo é mais recorrente do personagem do que do trabalho que a gente faz. Eu vejo os atores que eu admiro eles não falaram “nossa, eu vou ser um galã”, foi uma coisa que veio pelo imaginário popular sobre os personagens. Com o Alex e com o Roblou eu ouvi de muita gente que eu fiz caras de verdade, sem estar totalmente idealizado. O que eu gosto muito de trazer para os meus personagens é humanidade. É o espectador sentar no sofá, olhar para o meu personagem e achar parecido com um vizinho. Quero que as pessoas tenham vontade de conhecer meus personagens.
Além da novela, em 2020 você estará no filme Três verões. O que você já pode falar sobre o longa?
A gente entra em circuito nacional em 19 de março. É um filme que retrata muito o que a gente está vivendo no país agora, essa polarização e o que acontece com as pessoas que não são os chamados protagonistas dos esquemas de corrupção. O que acontece com quem trabalha para essas pessoas? Eu fiquei muito feliz em contracenar com a Regina Casé. Foi a atriz com quem mais aprendi em cena porque ela é muito intuitiva, ela consegue usar cada pedaço do corpo dela em favor do personagem. É um momento muito bom para lançar o filme porque a Regina e eu estaremos em novelas e isso pode ajudar a levar esse público da TV para o cinema nacional. Para mim, isso é muito importante. E é bom que aconteça com o teatro também. Eu estou com saudades do teatro e devo voltar assim que a novela terminar. Eu não quero ser um ator rotulado que só faz teatro, só faz tevê, só faz cinema. Quero estar em todas as plataformas e poder passar um pouco das mensagens que quero passar, falar das coisas em que eu acredito. Fazer isso sem o teatro, para mim, é difícil. Então eu estou com vontade de voltar para o lugar onde eu comecei.
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