Por anos, as galáxias distantes de Star Wars orbitavam em torno de uma só família: os Skywalker. Praticamente todas as produções do audiovisual se basearam, tiveram como personagem ou pelo menos citaram um Skywalker desde que o primeiro filme da franquia foi lançado em 1977. O universo se expandiu, as histórias com essa família chegaram ao fim e é a hora de tentar coisas novas. Andor, novo seriado da parceria Star Wars e Disney+, chega nesta quarta (21/9) na plataforma com o frescor que a saga precisa.
A série acompanha Cassian Andor, revolucionário já apresentado ao público em Rogue One: uma história Star Wars (2016), na entrada dele à Aliança Rebelde, mostra como um ladrão e piloto se torna uma das figuras mais importantes do plano que possibilitou os rebeldes se munirem contra o opressor Império.
A produção vai passar desde as origens do personagem até a forma como ele se torna uma figura importante para os planos dos rebeldes. Serão 24 episódios, divididos em duas partes, sendo os primeiros 12 começando a ser apresentados semanalmente a partir de quarta-feira. Ainda não há previsão da segunda parte, nem de uma segunda temporada.
O Próximo Capítulo assistiu aos quatro episódios iniciais e percebeu que Andor vai além das histórias Star Wars, confira as primeiras impressões.
A série é diferente de tudo já apresentado por Star Wars até o momento. O tom é mais sombrio e adulto, os personagens mais humanos. A jornada de Andor envolve várias pessoas fazendo coisas erradas no intuito de fazer o bem maior. Não há um mocinho, o caráter de ninguém é ilibado. São os defeituosos que acreditam na mesma causa que vão fazer a revolução no universo, essa mensagem que querem passar.
Tudo na série tem cara de original. Os primeiros capítulos fogem das guerras de naves, sabres de luz e cenas de ação repletas de computação gráfica. A série mostra articulações políticas, diálogos importantes e aproveita para mergulhar no passado de personagens, figuras complexas e interessantes se mostram com pouco tempo de tela e o passado de Cassian é destrinchado de forma a justificar a pessoa que ele se tornou. Quando a ação é mostrada está sempre bem colocada, há uma importância, não é apenas uma agrado ao fã.
Em suma, a ideia parece ser fugir do tal “gênero Star Wars”, a jornada do herói clássica que mostra o mocinho passando por provações para salvar o mundo. Andor não é o escolhido, ele só é o melhor para o trabalho e ninguém em volta dele é verdadeiramente confiável a ponto dele montar um time carismático para o espectador.
O seriado é talvez a produção que deixa mais clara a alegoria que Star Wars é. A história de um mundo oprimido por um império higienista, que deixa sempre os pobres mais pobres, que destrói planetas inteiros e que não se preocupa com os corpos que deixa no caminho em decorrência dos danos colaterais de uma perseguição étnica e ideológica que faz pelas galáxias. Cassian é uma figura que questiona isso, seja porque quer, ou pela situação que se viu inserido a vida inteira. Não é em boas atitudes que o personagem se aproxima do público, é por ele ser real, com problemas reais e dores reais.
Com um elenco interessante, uma premissa inovadora e toda bagagem de sucesso de Star Wars nas costas, Andor é uma história de espionagem, roubo e revolução fantasiada de uma das maiores franquias do cinema e da televisão de todos os tempos. Com início animador, a série pode ser uma porta escancarada para um novo tempo na tal galáxia muito, muito distante.
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