O Próximo Capítulo assistiu aos quatro episódios iniciais de Andor dá as primeiras impressões da nova série de Star Wars
Por Pedro Ibarra
Por anos, as galáxias distantes de Star Wars orbitavam em torno de uma só família: os Skywalker. Praticamente todas as produções do audiovisual se basearam, tiveram como personagem ou pelo menos citaram um Skywalker desde que o primeiro filme da franquia foi lançado em 1977. O universo se expandiu, as histórias com essa família chegaram ao fim e é a hora de tentar coisas novas. Andor, novo seriado da parceria Star Wars e Disney+, chega nesta quarta (21/9) na plataforma com o frescor que a saga precisa.
A série acompanha Cassian Andor, revolucionário já apresentado ao público em Rogue One: uma história Star Wars (2016), na entrada dele à Aliança Rebelde, mostra como um ladrão e piloto se torna uma das figuras mais importantes do plano que possibilitou os rebeldes se munirem contra o opressor Império.
A produção vai passar desde as origens do personagem até a forma como ele se torna uma figura importante para os planos dos rebeldes. Serão 24 episódios, divididos em duas partes, sendo os primeiros 12 começando a ser apresentados semanalmente a partir de quarta-feira. Ainda não há previsão da segunda parte, nem de uma segunda temporada.
O Próximo Capítulo assistiu aos quatro episódios iniciais e percebeu que Andor vai além das histórias Star Wars, confira as primeiras impressões.
Primeiras Impressões de Andor
A série é diferente de tudo já apresentado por Star Wars até o momento. O tom é mais sombrio e adulto, os personagens mais humanos. A jornada de Andor envolve várias pessoas fazendo coisas erradas no intuito de fazer o bem maior. Não há um mocinho, o caráter de ninguém é ilibado. São os defeituosos que acreditam na mesma causa que vão fazer a revolução no universo, essa mensagem que querem passar.
Tudo na série tem cara de original. Os primeiros capítulos fogem das guerras de naves, sabres de luz e cenas de ação repletas de computação gráfica. A série mostra articulações políticas, diálogos importantes e aproveita para mergulhar no passado de personagens, figuras complexas e interessantes se mostram com pouco tempo de tela e o passado de Cassian é destrinchado de forma a justificar a pessoa que ele se tornou. Quando a ação é mostrada está sempre bem colocada, há uma importância, não é apenas uma agrado ao fã.
Em suma, a ideia parece ser fugir do tal “gênero Star Wars”, a jornada do herói clássica que mostra o mocinho passando por provações para salvar o mundo. Andor não é o escolhido, ele só é o melhor para o trabalho e ninguém em volta dele é verdadeiramente confiável a ponto dele montar um time carismático para o espectador.
O seriado é talvez a produção que deixa mais clara a alegoria que Star Wars é. A história de um mundo oprimido por um império higienista, que deixa sempre os pobres mais pobres, que destrói planetas inteiros e que não se preocupa com os corpos que deixa no caminho em decorrência dos danos colaterais de uma perseguição étnica e ideológica que faz pelas galáxias. Cassian é uma figura que questiona isso, seja porque quer, ou pela situação que se viu inserido a vida inteira. Não é em boas atitudes que o personagem se aproxima do público, é por ele ser real, com problemas reais e dores reais.
Com um elenco interessante, uma premissa inovadora e toda bagagem de sucesso de Star Wars nas costas, Andor é uma história de espionagem, roubo e revolução fantasiada de uma das maiores franquias do cinema e da televisão de todos os tempos. Com início animador, a série pode ser uma porta escancarada para um novo tempo na tal galáxia muito, muito distante.