Amor perfeito começa com muita velocidade, mas pouca eficiência

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Novela das 18h Amor perfeito tem a vilã e a mocinha como grandes destaques positivos. Leia a crítica da primeira semana!

Mariana Ximenes, Camila Queiroz e Levi Assaf. Esse é o tripé no qual se apoia a primeira semana de Amor perfeito, a nova novela das 18h. As intérpretes da vilã Gilda e da mocinha Marê estão muito bem nos papéis. E olha que as duas tiveram pouco embates diretor até agora. Já o menino Levi Assaf esbanja carisma como Marcelino, o órfão abandonado ainda bebê na porta da ordem de religiosos. Em entrevista, Camila já adiantou que o encontro entre os dois será de arrancar lágrimas do telespectador.

Uma das grandes críticas a novelas em geral é que as coisas demoram a acontecer no mundo dos folhetins. Em Amor perfeito, o pecado foi exatamente o contrário. A ação se deu rápido demais e o público não teve tempo de se afeiçoar ao casal Marê e Orlando (Diogo Almeida) ou mesmo de ter raiva de Gaspar (Thiago Lacerda). O pior é que Leonel (Paulo Gorgulho) foi assassinado, aparentemente, por conta da descoberta de uma traição de Gilda com Gaspar. O público não acompanhou nada disso e descobriu essa traição apenas na cena da morte do empresário. Não sabemos como aquelas fotos foram obtidas, quem está ao lado do pai de Marê. E fique atento: desconfie de qualquer personagem de novela que for enterrado com caixão fechado e que isso seja ressaltado numa cena. Não se espante se Leonel voltar vivo.

É clichê? Sim. Mas não será o único de uma novela que ainda traz o prefeito Anselmo (Paulo Betti) nas mãos da vilã porque ela sabe que Júlio (Daniel Rangel) é filho bastardo do político. Ou que tem o frei João (Allan Souza) dividido entre a batina e um grande amor do passado que reaparece em Águas de São Jacinto. Apesar de conhecidas, são duas tramas que, se desenvolvidas com calma, podem se destacar em Amor perfeito. E a autora Duca Rachid já se revelou craque em coadjuvantes em novelas como a premiada Órfãos da terra.

Frei Leão (Tonico Pereira). Foto: Paulo Belote/ TV Globo

Mais um núcleo chamou a atenção nesta semana de estreia: a dos religiosos que acolheram Marcelino. Frei Severo (Babu Santana), Frei Leão, (Tonico Pereira, perfeito como de costume), Padre Donato (Bernardo Berro), Frei Tomé (Tony Tornado), Padre Diógenes (Chico Pelúcio) e Frei João encantam cada vez que aparecem, seja nos divertindo em brigas, seja nos emocionando cuidando de Marcelino. E Antônio Pitanga ainda vem aí como Frei Vitório (Antônio Pitanga).

Por fim, Amor perfeito vem, como bem destacou Duca Rachid na coletiva de lançamento da novela, reparar uma falha histórica e evidenciar uma classe alta negra no Brasil dos anos 1940. Aliás, o número de negros em papéis de destaque é de se louvar na novela.

O novo folhetim das 18h tem o desafio de desacelerar (curiosamente um erro também cometido pela antecessora Mar do sertão) e de deixar as tramas evoluírem naturalmente. Cancha para isso autora e elenco têm de sobra!

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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