Amazon estreia dois filmes sobre o caso von Richthofen: um com a versão de Suzane, outro com a de Daniel Cravinhos. Um dos atrativos é ver Carla Diaz como Suzane
Um crime cometido em 31 de outubro de 2002 chocou o Brasil. Naquela data, o casal Manfred e Marisia von Richthofen foi assassinado friamente pela filha deles, Suzane von Richthofen, pelo namorado dela, Daniel Cravinhos, e pelo irmão dele, Christian Cravinhos. Réus confessos, Suzane e Daniel foram presos, mas apresentaram versões diferentes para o crime — não sobre a autoria, mas sobre os detalhes.
A visão de cada um deles separadamente é apresentada nos filmes A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais, ambos dirigidos por Maurício Eça e roteirizados por Ilana Casoy e Raphael Montes. A ideia era que eles entrassem em cartaz na mesma data, ano passado, nos cinemas. Mas a pandemia mudou o rumo, e os longas chegam ao catálogo da Amazon Prime Video na sexta-feira (24/9).
Como um grande desafio, Carla Diaz vive Suzane e Leonardo Bittencourt, Daniel Cravinhos. Eles são quem comandam a ação nos longas. O roteiro apresenta possíveis motivos do casal para cometer o crime bárbaro — um com base no depoimento dela, outro, no dele.
“O filme todo é baseado num processo penal. Então, não estamos contando algo que já não foi divulgado. Eles são réus confessos. Os filmes não têm pretensão nem de julgar nem de defendê-los. Eles estão pagando pelo crime. A gente quer contar da maneira mais responsável possível, com todo o respeito, pois sabemos bem da gravidade de tudo o que aconteceu”, afirma o diretor Maurício Eça, entrevista à revista Quem.
Atriz desde a infância (quem não se lembra da doce Khadija, de O clone?), Carla Diaz lembra que o caso a deixou chocada como mulher, como filha, como ser humano. “É inimaginável um caso desses, me pergunto até hoje por quê. Porque ninguém entende por que alguém faz isso. Mas acho que a reflexão é exatamente essa: tentar saber o que passa na cabeça do ser humano, o que leva um ser humano a fazer isso e o que nós, como sociedade, podemos fazer para mudar, porque parricídios acontecem todos os dias, só que nem sempre a imprensa divulga.”