Um dos grandes segredos para o saldo positivo de uma série é o equilíbrio. Saber dosar uma história com diversos elementos de tamanhos semelhantes é uma arte difícil de ser alcançada, e o grande vilão tem nome e sobrenome: audiência. E é exatamente nesse calabouço em que A million little things se perde.
A produção faz parte da leva de estreias da fall season 2018 da tevê aberta norte-americana e agora está disponível para o público brasileiro por meio do serviço sob demanda da Globo, o Globoplay. A million little things é do canal ABC e foi criada por D. J. Nash.
A série aborda a história de um grupo de amigos que terá de lidar com o suicídio de um dos companheiros. O piloto começa com Jon (Ron Livingston) se jogando do prédio em que trabalhava após uma negociação de trabalho pelo telefone. Empresário dedicado, pai de família e abonado, Jon parecia ter uma vida perfeita, mas logo a série dá sinais de que a existência de Jon e das pessoas ao seu redor é bem mais complexa do que um rápido olhar permite perceber.
Há anos, o homem se tornou amigo de Eddie (David Giuntoli), Rome (Romany Malco) e Gary (James Roday) após os quatro ficarem presos em um elevador. Desde então inseparáveis, eles descobrem que estão sendo amigos de uma forma superficial, isso porque, sem que os outros soubessem, Eddie traía Jon ao ter um relacionamento com a esposa dele; Rome também planejava suicídio no momento em que recebeu o telefone informando sobre a tragédia com Jon; e Gary sofria mais do que deixava aparentar ao lutar contra um câncer.
Talvez teria sido mais interessante se a trama de A million little things tivesse seguido essa linha narrativa: sobre o quanto não conhecemos tão a fundo nossos próprios amigos, mas devemos sempre estar lá por eles, algo que Eddie, Rome e Gary não conseguiram fazer por Jon. Entretanto, a produção prefere embarcar em um enredo mais presunçoso, que apresenta reviravoltas sobre como Jon realmente morreu, sobre um novo interesse romântico de Gary, a misteriosa assistente de Jon (no fim das contas, nem importa tanto se eles tiveram um caso ou não), ou sobre como Eddie pretende salvar o casamento falido mesmo sendo amante da mulher do melhor amigo.
De uma forma quase sufocante, o piloto fica pequeno para tanta coisa que o roteiro tenta desenvolver – sem sucesso. No final do primeiro episódio, a única sensação que fica é a de que A million little things passou quase uma hora falando muito, mas sem, de fato, dizer qualquer coisa. Também é importante destacar o quanto a produção abusa dos clichês do gênero.
Entre discursos sobre a “importância da vida”, muitas lágrimas no enterro de Jon e toda a catarse dos personagens em celebrar os mais próximos e buscar fazer o certo, alguns momentos da série parecem uma verdadeira novela mexicana ainda mais exagerada. No fim, o sensacionalismo de A million little things se torna um de seus principais defeitos.
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