Por Pedro Ibarra
Uma saga que parecia passar despercebida sempre esteve no coração dos fãs. Despretensiosamente, A lenda do tesouro perdido conquistou o público e, mesmo 15 anos após a estreia do último lançamento, a franquia está de volta em formato seriado. A lenda do tesouro perdido: no limiar da história estreou na Disney+ na última quarta-feira (14/12) e trouxe um capítulo a mais e diferente a uma história que se consolidou nos anos 2000.
Ben Gates, personagem marcado por Nicolas Cage, não entra em cena e quem precisa desvendar o mistério é Jess Valenzuela (Lisette Olivera), uma jovem latina de 20 anos que se vê dentro de uma aventura envolvendo família e amigos para encontrar um tesouro antigo perdido há séculos.
Assim como nos dois primeiros filmes da franquia, o tesouro tem uma relação forte com o passado dos Estados Unidos. Porém, desta vez, não é um estadunidense atrás da própria história, é uma personagem que quer se sentir parte da cultura do país a responsável por desvendar o mistério. “Tudo que ela quer ser é norte-americana, mas todo mundo vem de algum lugar”, explica Lisette Olivera ao Próximo Capítulo. “Vai ser divertido assistir o ponto de vista de uma jovem que descobre que a própria família pode ser algo que ela não imaginava que seria”, acrescenta.
Essa nova abordagem se mostra importante para a saga caminhar com as mudanças do mundo. É hora de não apenas heróis brancos salvarem o dia. “É uma honra representar a nossa comunidade latina”, comemora a atriz, que entende o que a própria presença no elenco significa. “Nós estamos vendo a história pela perspectiva de uma mulher jovem que não nasceu nos Estados Unidos, isso dá uma nuance diferente para a história”, completa. “Trazemos um novo olhar, com experiências humanas diferentes, sobre o que significa ser norte-americano.”
O resultado é uma produção representativa, mas que não deixa de lado a aventura que, em primeiro lugar, conquistou o coração do espectadores. “Eu realmente estou animada para todos poderem ver o que criamos, foi uma aventura que eu acredito do fundo do coração que as pessoas vão poder sentir o que sentimos no momento que assistirem”, diz a atriz.
Para Lisette, o gosto de estrear na série é ainda um pouco mais doce. A artista era uma criança quando os dois filmes foram lançados, respectivamente em 2004 e 2007, então tem uma memória muito afetiva com a história. “Eu me lembro de assistir ao segundo filme no cinema e, quando o personagem do Ed Harris morreu, eu fiquei muito chateada, chorei muito e culpava os roteiristas. Falava: ‘não acredito que eles mataram ele, como eles podem ter feito isso'”, conta Olivera, que diz já ter resolvido as arestas com os responsáveis pela tão sofrida perda da ficção. “Agora nós somos amigos, e eu sou muito grata por eles terem criado a Jess e terem me dado a oportunidade de vivê-la.”
Portanto, a atriz viu todo o processo com o olhar de quem já amava aquele universo previamente. “É uma das experiências mais incríveis que já vivi, é genuinamente um sonho realizado”, afirma Lisette. “Eu realmente não consigo nem acreditar; quanto mais perto chegava da estreia, cada dia a ficha ia caindo um pouco”, conclui.
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