Crédito: Oseias Barbosa/Divulgação. Alessandro Brandão
Por Patrick Selvatti
Nascido em Brasília e criado nos palcos da capital federal, Alessandro Brandão é uma referência quando o assunto é representatividade na teledramaturgia. Por duas vezes seguidas, o artista — que na vida real tem a persona Nina, junto com o também brasiliense Gabriel Sanchez (Sara) — deu vida a personagens drag queen em novelas. O intérprete da Rouge de Pega pega (2018) e da Chefe de Quanto mais vida, melhor (2021) bateu um papo descontraído com a coluna e comentou sobre a importância dessa visibilidade na maior emissora de televisão do país.
“A Globo está se preocupando com diversidade, pessoas de diversas minorias estão mais presentes, e isso tem mudado muito a dramaturgia. Isso tem ampliado em quantidade e qualidade, porque se fala de uma maneira mais positiva”, avalia.
De acordo com Alessandro, antes se contavam histórias pesadas e tristes, carregadas de sofrimento, sobre as vivências LGBTQIAPN+ . “Hoje, vemos narrativas possíveis, que estão no nosso cotidiano, que nos permitem admirar, apreciar e ter empatia. Saímos desse lugar de mostrar as violências — ainda extremamente importante — para falar de amorosidade e identificação, para que a sociedade inteira veja, e a gente consiga mudar por meio da empatia e do entendimento. O embate é importante, mas a amorosidade é necessária”, argumentou o brasiliense, que vive no Rio de Janeiro e tem no currículo participações como homem cisgênero em Caminho das Índias (2009), Insensato coração (2011) e Vai na fé (2023).
Alessandro destaca que o diferencial das produções atuais está em quem está escrevendo. “Essas histórias geralmente são escritas por quem vivencia e compreende esse lugar, como a autora Cláudia Souto. É muito potente isso, a maneira com que a dramaturgia tem trabalhado isso na TV agora. Esse entendimento que tem chegado ao público também modifica o olhar da sociedade para toda essa população que, durante tanto tempo, foi tão marginalizada, principalmente as pessoas trans e as travestis, que já estão ocupando um lugar diferente”, pondera, ressaltando a forma como a teledramaturgia está retratando as pessoas trans. “Não mais de uma forma que necessariamente retrata as vivências doloridas e sofridas dessas pessoas, mas estão escrevendo personagens inseridas na sociedade de uma maneira como é mesmo, de uma maneira como você encontra essas pessoas, mostrando como elas são divertidas e amáveis.”
O artista realça o fato de que, em Quanto mais vida, melhor, por exemplo, havia, além dele e Gabriel Sanches — homossexuais assumidos que se dividem entre suas personas drags —, as atrizes trans Nany People, A. Maia e Carol Marra. Esta última, especialmente, trouxe a peculiaridade de interpretar uma executiva de uma grande empresa. Recentemente, Maria Clara Spinelli foi escalada para dar vida a uma das protagonistas do remake de Elas por elas, em um papel que, originalmente, seria de uma mulher cis. “Eu estou achando isso muito importante e bonito neste lugar, de inserir realmente, de equidade. Isso tem sido muito bonito de ver, muito mesmo”, finalizou.
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