I am evidence está disponível na HBO GO e no Now. Produção não recomendada para menores de 16 anos
Um índice alarmante motivou a criação do documentário I am evidence: 400 mil kits formados por evidências de crimes de estupro nos Estados Unidos nunca foram analisados pela polícia. Isso quer dizer que todos esses casos ficaram sem solução. Esse número foi descoberto pela promotora Kym Worthy, que, em agosto de 2009, deu início a uma força tarefa para que essas evidências fossem, finalmente, analisadas.
Os dados são dos Estados Unidos, mas é difícil imaginar que não possa acontecer algo parecido aqui no Brasil. O longa-metragem, que teve direção de Trish Adlesci e Geeta Gandbhir, retrata o descaso com os crimes de abuso sexual, que, muitas vezes, são desacreditados ainda na fase de denúncia. O documentário mostra que em 86% dos casos os policiais não acreditam nos relatos das vítimas.
Para mostra isso, a história acompanha as histórias de quatro mulheres que moram em Detroit, Los Angeles e Nova York e ficaram décadas aguardando que os casos fossem investigados, são elas: Ericka, Danielle, Amberly e Helena — e nem todas tiveram seus casos concluídos.
O grande trunfo de I am evidence é se aprofundar nos motivos que levam a polícia a nem dar início as investigações de estupro. Há uma série de motivações alegadas por eles, como as verbas escassas, e a principal delas, a falta de profissionais que entendam além da lei e pensem no trauma antes de duvidar das vítimas.
Além disso, mostrar os resultados em torno da análise dos kits é outro ponto alto do filme. Pois revela que, sim, vários outros casos poderiam ter sido evitados, já que foram descobertos estupradores em série e crimes que tiveram relação com 39 estados do EUA — deixando de fora apenas 10 do país inteiro. Uma boa trama para refletir.