O Próximo Capítulo teve acesso a 9 dos 13 episódios da sequência. Confira crítica (sem spoilers) da segunda temporada de 13 reasons why!
13 reasons why é, sem dúvidas, o maior hit da Netflix. Nunca, antes do lançamento da série, uma produção do serviço de streaming deu tanto o que falar, seja para o bem ou para o mal. Então é sob forte expectativa que a segunda temporada da produção estreia na sexta-feira (18/5) na plataforma.
A primeira pergunta que surgiu logo após a renovação da série foi: como continuar a história sobre uma personagem que se matou? Depois, quando confirmaram que a atriz Katherine Langford estaria no elenco era: como Hannah Baker continuará aparecendo?
Todas as essas perguntas são bem esclarecidas na segunda temporada de 13 reasons why. Primeiramente porque a série optou em seguir em frente e mostrar a vida dos personagens apresentados na primeira após o suicídio de Hannah, como cada um lidou com aquilo e tem superado a perda. E Hannah está tanto em flashbacks como no presente, aí como uma fantasma.
Se a primeira temporada acompanhava as fitas deixadas por Hannah sendo entregues para os “algozes”, a sequência segue a decisão de Olivia Baker (Kate Walsh), mãe da personagem, em entrar com uma ação judicial contra a Escola Liberty. Ela quer responsabilizar a instituição por ter sido displicente com a filha, que, havia relatado ao conselheiro escolar Kevin Porter (Derek Luke) o estupro sofrido, além do fato de a jovem ter escrito um poema falando sobre o desejo de se matar.
E é a partir daí que a segunda temporada de 13 reasons why ganha corpo. Os 13 novos episódios se passam cinco meses após a morte da personagem mostrando o julgamento dos Bakers contra a escola. E, a cada capítulo, um dos personagens de destaque da primeira temporada é convocado para prestar um depoimento no caso. Ao escolher esse tipo de narrativa, a série dá oportunidade para que o espectador conheça os outros lados da mesma história e além de preencher as lacunas que ficaram na primeira temporada. Paralelamente a isso, a série vai mostrando o desenrolar de um enredo a partir de imagens de polaroids que são entregues a Clay Jensen (Dylan Minnette).
O ritmo que a série estabelece é muito bom sendo possível perceber uma maturidade na produção, que está bem melhor, apesar, de claro, por ser feita para um público mais jovem, ainda abusar de clichês e algumas situações absurdas — como o fantasma falante de Hannah e os chiliques de Clay. Mesmo assim, nada disso tira o mérito da segunda temporada da série. Os temas abordados são extremamente importantes. O bullying, que perpetuou a primeira temporada, está de volta, mas são outros temas que ganham mais destaque como o abuso sexual — extremamente oportuno nos dias de hoje — e o uso de armas de fogo — que também tem muito a ver com a atualidade nos Estados Unidos.
Outro ponto alto da temporada é como a produção da série soube ser responsável em torno do suicídio, o que não aconteceu na primeira temporada. Toda aquela culpabilização, aos poucos, vai sendo deixada de lado e a série tem mostrado alternativas para que não aconteça novamente uma atitude tão drástica como com Hannah. Essa foi uma ótima atitude da produção de entender as críticas e transformar tudo isso em algo construtivo.
Essa temporada ainda serve para colocar luz em outros atores, além de Dilan e Katherine que tiveram mais destaque na primeira. Alisha Boe está muito bem na pele de uma Jessica Davis muito traumatizada com o estupro. Brandon Flynn também entrega boas atuações na pele de Justin Foley, que agora está viciado em drogas. Destaque também para Ross Butler, que ganha mais tempo de tela como Zach Dempsey, enquanto Justin Prentice continua a fazer um Bryce Walker tão crível, que é quase impossível não querer socar a tela quando ele aparece.