Atriz, diretora e autora de teatro e televisão, Regiana Antonini se diverte como a fofoqueira Neide da novela Pega pega. Leia entrevista completa com ela!
“Pega pega é um gol de placa”. A frase é da atriz Regiana Antonini, a Neide na trama que a Globo exibe na faixa das 19h. Continuando na metáfora futebolística, poderíamos dizer que Regiana é daquelas que jogam nas onze posições.
Como atriz, está na novela ao lado de nomes como Nicette Bruno e Cristina Pereira, duas parceiras de cena. Como diretora, coleciona espetáculos. E como autora assinou textos como as peças E o vento vai levando tudo embora e A.M.A.D.A.S, que passaram recentemente pelos palcos brasilienses.
O segredo para tudo isso, além de foco, parece ser que Regiana se diverte a cada passo que dá (Quer ler mais sobre Pega pega? Clica aqui!). Ao Próximo Capítulo, ela falou sobre a novela, sobre a parceria com a atriz Elisabeth Savalla e sobre Brasília. “A cidade é meio misteriosa, cosmopolita, tem uma energia forte. Mas o que eu mais gosto são das pessoas, dos brasilienses”. A gente também te adora!
Leia entrevista completa com Regiana Antonini
Seu núcleo de Pega pega é cercado de mexeriqueiras, sendo a própria Neide uma delas. Como você lida com as fofocas que fazem dos artistas?
Eu não gosto de fofoca, de uma maneira geral. Comigo, graças a Deus, nunca aconteceu de fazerem uma fofoca na vida profissional. Mas acho que todos nós devemos pensar muito antes de falar alguma coisa, pois a palavra mal colocada pode, sim, criar um dano enorme. E na minha vida pessoal, eu não dou muita trela pra fofoquinha, não.
Vocês parecem se divertir bastante em cena em Pega pega. Pode falar um pouco sobre os bastidores da novela?
A gente se diverte muito, mesmo! Quando não estamos no set, estamos no camarim, ou na sala dos atores, conversando, contando casos e rindo muito. Adoro conversar com a Nicette Bruno, como ela é fofa! Uma mulher admirável! A Cristina Pereira também… Tão generosa! Eu estou amando tudo!
Você e Elisabeth Savalla estão juntas em Pega pega e no teatro (você como autora, ela como atriz de A.M.A.D.A.S). Fale um pouquinho dessa parceria.
Uma parceria maravilhosa! Sou uma autora de sorte! Ter a Savalla no elenco de uma peça minha é um luxo! E o tema abordado na peça, era o que ela e eu queríamos falar. Sim, eu escrevi para ela, pensando nela. Quando o Camilo Átila (produtor da peça) me procurou pra saber se eu tinha algum texto disponível, eu não acreditei! Tinha escrito pra Savalla. Daí, surgiu uma identificação absurda entre a gente. Na novela ainda não nos encontramos, mas temos muitas cenas juntas! A gente vai brigar muito (risos)!
Você é autora de E o vento vai levando tudo embora, que esteve há pouco tempo em Brasília e tem a obra de Renato Russo como pano de fundo. Como é sua relação com a cidade?
Adoro Brasília. Estive aí umas quatro ou cinco vezes. Brasília é uma cidade meio misteriosa, cosmopolita, tem uma energia forte. Mas o que eu mais gosto são das pessoas, dos brasilienses. Sou amiga do Marcelo Saback e da Simone Saback, do Oswaldo Montenegro, da Zélia Duncan… Todos moraram aí. Conheci há pouco tempo o roteirista Virgílio Silva, que ainda mora aí. E o Renato Russo, pra mim, é o maior poeta da minha geração. Escuto Legião quase todos os dias! A voz do Renato vai direto ao meu coração! Suas canções fazem parte da minha história de vida!
Entre Salsa e merengue e Pega pega foram quase 20 anos longe das novelas. Por que esse intervalo?
Não sei muito bem… Mas acho que, como fui contratada durante 15 anos como autora, na própria Globo, as pessoas começaram a me ver apenas como roteirista. Mas fiz como atriz várias coisas lá dentro: Os normais, A diarista, Minha nada mole vida, Sítio do Pica Pau Amarelo, Divã, Zorra total… E fora da Globo, eu fiz Adorável psicose e Copa hotel. E sempre fiz muito teatro.
Como autora, você criou o famoso bordão “Te conheço?” do Zorra total. Qual é o segredo para que um bordão dê certo?
Pra dar certo, o bordão deve ser aquele que pode ser falado em qualquer lugar, em qualquer momento, por qualquer pessoa. “Vem cá, eu te conheço?” caiu no gosto popular por isso. Além, é claro, por ser dito por uma atriz super carismática, num programa que era visto pelo Brasil inteiro.
Essa semana estreou A vila, no Multishow. Pode falar mais sobre esse programa? Como foi trabalhar com o Paulo Gustavo?
Na verdade, eu só escrevi dois episódios. Depois tive que sair, pois não consegui conciliar tudo que estava fazendo. Mas trabalhar com o Paulo é divertidíssimo! Ele está sempre fazendo piadas, é elétrico, não para nunca. Mas, infelizmente, não consegui me aprofundar no programa como gostaria.
Muitas vezes o humor aparece em seu trabalho. Sente-se mais à vontade escrevendo comédias?
Eu amo escrever! Claro, a comédia é uma característica minha, que aparece mais, porque o público quer se divertir. Se você põe em cartaz um drama, ou uma peça mais poética, a grande maioria das pessoas não comparecem. Está tudo tão difícil, que as pessoas querem entretenimento, não querem ter que pensar ou sofrer. Querem se emocionar e se divertir. Mas, tenho sim, textos sérios, poéticos, que fazem parte do chamado “teatro cabeça”! Só que estão engavetados, nenhum produtor se interessa. Faço leituras dramáticas com eles e os atores adoram! Mas pra montar, já é outra história. Mas um dia, quem sabe…
Você se realiza mais como autora, diretora ou atriz?
Amo fazer as três coisas! Escrever me salva, me liberta! Eu sou uma pessoa muito melhor depois que passei a escrever. Como diretora, eu trabalho em mim, a minha generosidade. Amo ver o meu ator encontrando seu personagem e sendo aplaudido em cena aberta. Mas, com certeza, atuar, no momento, está sendo o meu maior prazer! E atuando eu trabalho em mim a minha humildade. É uma troca! Como um jogo de futebol. Eu, como coadjuvante, preciso passar a bola para o protagonista marcar o gol! E quando a gente faz um gol de placa, como a novela Pega pega, aí é genial!