WhatsApp Image 2023-09-22 at 11.26.56 (1) Priscila Ubba, atriz | Crédito: Priscila Nicheli

“Me sinto em casa”, afirma Priscila Ubba, a Nebset de Reis

Publicado em Comportamento, Entrevista, Filmes, Novela, Perfil, Séries

Atriz mineira de 33 anos emenda quarta produção bíblica e fala sobre trabalhar em família

Patrick Selvatti

 

Integrante da história de Reis há cerca de um mês e já anunciada como uma das condutoras da próxima temporada, a princesa egípcia Nebset já tem dado o que falar na produção bíblica da Record. A intérprete, Priscila Ubba, 33 anos, define a personagem como uma mulher “muito inteligente, atraente e geniosa que utiliza de seus atributos para alcançar os seus objetivos”. Apontada como uma vilã, para a atriz, ela é apenas humana.

Priscila é uma especialista em produções que têm a Bíblia como base. Esse é o quarto trabalho na Record TV, onde ela já atuou em Os dez mandamentos, A terra prometida e Gênesis. “Eu amo fazer as produções bíblicas, já me sinto em casa. É engrandecedor como atriz e, principalmente, como pessoa”, explica a mineira de Cruzília, que foi premiada como atriz revelação pela Tirda de A terra prometida.

Em Reis, Priscila trabalha ao lado do cunhado Marcelo Faria. Ela é casada com o irmão dele, o diretor Candé Faria, e, em breve, poderá ser vista no cinema em um projeto familiar, que inclui, ainda, o sogro, Reginaldo Faria. Para a atriz — natural do sul de Minas Gerais e sem nenhum artista na família original — trabalhar com os Faria é um “privilégio” e não poupa elogios a um dos maiores nomes da teledramaturgia nacional. “Reginaldo é um artista de alma e isso transcende nos seus trabalhos e na vida”, conclui.

Agraciada com o prêmio de melhor atriz no Festival do Rio e no Rio International Monthly Awards (Festival Rima), em 2021, pelo filme lusobrasileiro O voo da capo, Priscila Ubba carimbou o passaporte para atuar em outras produções internacionais, como o curta Falling in Love, dirigido pelo belga Yves Callewaert, rodado também em Portugal. A atriz destaca a maior diferença entre o cinema feito no Brasil e no exterior. “A arte para eles [europeus] é muito valorizada, realmente tem o peso de uma grande profissão, respeito e valorização. Infelizmente, é diferente do nosso país”, avalia.

Sob a direção do marido, Priscila filmou Bruto 180, outro longa rodado em território português. Também de Candé, protagonizou Godiva, rodado na quarentena, em que interpreta uma mulher com transtorno dissociativo de personalidade.

ENTREVISTA \ Priscila Ubba

Priscila Ubba, atriz | Crédito: Priscila Nicheli

Reis é a sua quarta produção bíblica. Essa é uma linguagem que te agrada em que lugar mais especificamente?

Eu amo fazer produções bíblicas, já me sinto em casa. É engrandecedor como atriz e, principalmente, como pessoa. Além de trabalhar, estou aprendendo e evoluindo muito como ser humano. Só quem passou por um processo como esse, com honestidade, tem uma ideia da profundidade do trabalho”, explica a atriz, que destaca o fato de ser um trabalho espiritual e que a fé aumenta muito a cada produção. “Tenho certeza de que existe um propósito maior, divino.

Na história, Nebset tem o sonho de conhecer o Rei Salomão, personagem interpretado por Guilherme Dellorto. E você, quem seria o ídolo que você adoraria conhecer?

Deus. Ter uma bela conversa com Deus, cara a cara, seria incrível.

A Terra Prometida pode ser considerado um trabalho que impulsionou a sua carreira?

Com certeza. Após o sucesso da novela e da personagem, Tirda, que até hoje as pessoas lembram com tamanho afeto. É lindo. Ganhei o meu primeiro prêmio da carreira, o de atriz revelação do ano, e tenho a certeza que foi esse trabalho que me abriu portas fora do país e também no Brasil. Tenho muito carinho e gratidão por esse trabalho, carrego no coração.

O que você sente de mais diferente entre o trabalho artístico fora do Brasil?

Tem muita diferença. Morei e trabalhei na Europa durante dois períodos da minha vida. A arte para eles é muito valorizada; realmente tem o peso de uma grande profissão, respeito e valorização. Infelizmente diferente do nosso país. Aprendi muito com essas oportunidades, me tornei uma atriz estupidamente pontual e, com certeza, mais responsável do que já era. Tive a oportunidade de filmar com diretores, franceses, chineses, portugueses, espanhóis…. Foi engrandecedor.

Sua personagem no filme Godiva sofre de um transtorno patológico grave de personalidade. Simbolicamente, existem quantas Priscilas dentro de seu corpo e como elas se harmonizam?

Muitas! Porém, acredito em uma única Priscila concreta recheada de camadas. O meu trabalho como atriz faz com que eu tenha cada vez mais consciência do meu ser e isso se torna fundamental para o meu ofício. Nossa profissão nos faz olhar para dentro e enxergar essas “camadas”, pois é instrumento para atuação, além de ser um exercício frequente de me colocar no lugar do outro; e acredito que essa parte é uma das mais engrandecedoras da profissão. Temos a oportunidade de compreender o outro e aprofundar no próprio ser. É um grande desafio, porém uma oportunidade de evolução.

Trabalhar em família é mais um desafio do que um privilégio?

Com certeza, é um privilégio. Sou a primeira artista da minha família, de uma cidade de 12 mil habitantes do sul de Minas Gerais. Hoje, vivo uma realidade muito distante da que nasci e nessa “nova família” é como se tivesse em meu “habitat natural”. Tenho uma sensação completa de pertencimento. A arte transita de forma natural entre as nossas vidas e obras.

Como é ser nora de um dos maiores nomes da teledramaturgia nacional? E qual a maior lição que aprendeu com seu sogro?

Um privilégio gigante. Com certeza, a honestidade com a profissão. Reginaldo é um artista de alma e isso transcende nos seus trabalhos e na vida. E é nesse ponto que mais nos identificamos.