Clara Moneke comemora o sucesso de Kate e a identificação da personagem de Vai na fé com o público. Confira entrevista com a atriz!
Sucesso de crítica e de público, Clara Moneke chama a atenção como a engraçada e ambiciosa Kate na novela Vai na fé. A melhor amiga de Jennifer (Bella Campos) e amante de Theo (Emilio Dantas) ainda vai dar muito o que falar no decorrer da trama com o jeitinho espalhafatoso dela e sem papas na língua.
Clara conta que, de cara, Kate trouxe dois desafios: fugir do estereótipo das periguetes e buscar aprovação do público numa comédia. “É um desafio retratar uma personagem tão estereotipada como as periguetes da televisão. Tentei ao máximo trazer humanidade e realidade para a Kate. O maior desafio da comédia é não cair no caricato, no ridículo, expondo o personagem de uma forma que desumanize”, conta a atriz, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Sobre a aprovação, Clara demonstra estar tranquila: “A Kate conseguiu ter quase 100% de aproveitamento. Nunca imaginei que ia ter um alcance tão grande, uma identificação tão grande das pessoas de 15 a 60 anos. Todo mundo conhece uma Kate. É uma identificação não só do jovem, como dos mais velhos também. Já conversei com mulheres de 60 anos que se identificam com a Kate. Mas elas não querem os mais velhos e, sim, os novinhos. É o mesmo pensamento, de certeza de si, saber o que quer sem se importar com a idade.”
Não foi difícil para Clara achar o tom de Kate, pois o alto astral que define uma também se faz presente na outra. “Sou 100% alto astral, 100% sagitariana, alegre, com Sol e Lua em sagitário, positiva até demais. Sempre tento ver o lado bom. Aquela amiga que as pessoas comentam que nunca teve briga. É muito bom e leve ser assim, e aprendo muito com a Kate”, garante a atriz.
Mas Kate vai além da diversão. A relação dela com Theo, um homem casado e mais velho do que ela, é movida pelo dinheiro e serve como alerta para meninas não caírem na armadilha. “É importante alertar e mostrar como isso é uma realidade, como os homens se aproveitam das mulheres mais novas e elas se deixam levar por pequenos presentes, indo contra a família em prol de um homem. Para além de todas as questões sociais, é um recado para os jovens: baixar um pouco a bola e aprender a ouvir, que é o que ela menos faz”, valoriza.
Entrevista // Clara Moneke
Você vai estar no elenco do filme Nosso sonho. Como é seu personagem?
Meu personagem é a Valeska, viúva do Claudinho. É um filme lindo. É lindo o amor do Claudinho com a Vanessa e com a Andressa, filha deles. Pude ver como era uma família com muito amor e dignidade. Eles foram em um lugar muito digno da família preta, brasileira e também da música como artistas.
E sobre a série Amar é para os fortes? O que pode adiantar?
É uma produção à frente do seu tempo. Nunca vi nada parecido e é uns dos trabalhos que estou mais ansiosa para ver. É uma história muito linda, com um elenco incrível, uma produção bombástica. Não tem previsão para lançamento, mas esse ano teremos contato com Amar é para os fortes e tenho certeza que todo mundo vai se emocionar e se identificar muito. Mostra com dignidade, com verdade a juventude preta carioca, a classe artística, as mães, a amizade acima de tudo e a força de quem quer justiça.
Vai na fé, Nosso sonho e Amar é para os fortes têm a música como pano de fundo. Que importância tem a música na sua vida?
Eu não vou à padaria sem meu fone de ouvido. Um fone e um copo d’água é tudo que preciso. Vivo música, respiro. Minha família sempre foi do samba, da poesia, minha avó é poeta e compositora. A música está na minha desde a barriga da minha mãe. Amo estar em trabalhos tão musicais, porque gosto muito. Nunca tive oportunidade de cantar, tocar mas sempre tive vontade de entender minha voz. Não sei se seria uma grande cantora, nem se me dedicaria a isso. Às vezes, até arrisco umas rimas.
Você chegou a fazer faculdade de turismo e hotelaria por causa da instabilidade da carreira artística. Agora, com tantos trabalhos, deve se dedicar inteiramente à arte?
De corpo e alma. Estava em um momento da minha vida em que nunca pensei em voltar para a arte e ela veio me buscar, me resgatou literalmente me tirando de onde eu estava e revirou minha vida da forma mais linda que pudesse acontecer. Quando sai do meu emprego para entrar em Amar é para os fortes, saí do trabalho de carteira assinada, pressionei a arte na parede e falei: ‘Filha, segura tuas gracinhas, agora vamos nessa.’ Brincadeiras à parte, ela segurou bem e até agora não parei e só tenho a agradecer.
Você é filha de um nigeriano. Como a cultura daquele país te influencia?
A cultura africana, nigeriana sempre esteve presente muito naturalmente na minha vida e são ensinamentos de muita força e sabedoria. Através da minha religião de matrizes africanas que sou candomblecista, ekedi dentro de um barracão de candomblé ali pude aprender mais sobre minha cultura, fora a questão cultural na minha família, na religião pude aprender muito também e engrandece minha relação familiar.