Ator João Vitor Silva amadureceu junto com o personagem Bruno, de Verdades secretas, e fala sobre homofobia, a carreira e, claro, as cenas sensuais. Confira!
Seis anos separam separam Verdades secretas de Verdades secretas 2, novela cujos últimos capítulos serão disponibilizados sábado no Globoplay. Esse tempo foi o suficiente para o personagem Bruno, defendido por João Vitor Silva, amadurecer.
“O Bruno está mais ‘cascudo’ nesta temporada. A trajetória dele, que foi sempre tão difícil, trouxe buracos ainda mais profundos na personalidade dele e, com isso, mais malícia – o que contrasta com a figura do menino ingênuo da primeira temporada”, afirma o ator, em entrevista ao Próximo Capítulo.
Bruno foi um dos personagens que chamaram a atenção pela sensualidade, especialmente nas cenas com Rodrigo Pandolfo, intérprete do traficante Benji. João Vitor ressalta que aprendeu com o tempo a lidar melhor com esse tipo de cena. “Eu tinha uma certa vergonha comigo mesmo, mas, com a prática, vai ficando cada vez mais fácil e natural. Contamos com todo cuidado por parte da equipe técnica para fazer essas cenas mais delicadas”, afirma.
“O set fica com equipe reduzida. Fica apenas quem realmente precisa estar ali naquele momento, já que os atores estão em uma situação de muita exposição. E como somos testados para covid-19 todos os dias antes das gravações, o contato entre os atores acontece de forma segura”, completa.
O ator garante que, para ele, tanto faz estar contracenando com um homem ou com uma mulher: “Para mim isso é indiferente. O que muda é como o personagem se relaciona com aquele parceiro. Minha questão nunca foi com o outro, fosse homem ou mulher.”
Acostumado desde criança com a TV aberta, João Vitor aponta que a repercussão com o público “não é tão intensa” no streaming. “O que muda é que agora o espectador é dono da própria programação. Então, às vezes as pessoas vêm falar de pontos diferentes da história comigo. O desafio é não deixar escapar nenhum spoiler”, comenta, entre risos.
Duas perguntas // João Vitor Silva
Você apontou que recebeu comentários de ódio nas redes sociais por causa da sexualidade do personagem. O Brasil retrocedeu nesse aspecto, na sua opinião?
Eu acredito que vivemos um momento de retrocesso, sim. Infelizmente, temos um governo que legitima esse tipo de pensamento homofóbico. Então, os simpatizantes desse tipo de opinião agora se sentem livres para fazer esses ataques absurdos. Além disso, as pessoas tratam a internet como terra de ninguém, onde é permitido julgar, onde é necessário dar opinião sobre a vida do outro… E eu fico chocado como todo mundo está muito preocupado com a vida do outro e esquecendo de olhar para si. Seria tão mais fácil se cada um cuidasse de si e simplesmente respeitasse as escolhas do outro.
O que você faz nesses casos? Responde aos comentários ou deixa para lá?
Tento não fazer crescer. Principalmente quando os comentários surgem de inverdades. Tento usar as minhas redes para deixar claro o meu posicionamento sobre os assuntos. Mas sinto que, quando fico respondendo, estou dando ibope para as fofocas, e ibope é o que eles mais querem, né? O lado bom é que abre espaço para falarmos mais profundamente sobre as questões e também receber o carinho dos meus fãs.
