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Ed Canedo se prepara para viver Sidom em Gênesis

Publicado em Entrevista

Ed Canedo celebra volta das gravações da novela Gênesis “dentro das normas de segurança” e diz que Sidom era um homem à frente do tempo dele

Caçador, artesão, pintor e ferrenho defensor das artes. Assim é Sidom, um dos construtores da Torre de Babel da Bíblia, que será vivido por Ed Canedo na novela Gênesis. O folhetim bíblico da Record tem estreia prevista para janeiro. Por isso, as gravações estão a todo vapor.

“Sidom é um personagem muito diferente de todos que já interpretei: caçador, artesão, pintor e tantas outras coisas. Costumo brincar que ele é quase um Leonardo da Vinci da época. Ele é um homem muito dedicado a tudo o que faz e enxerga, através da Torre de Babel, uma oportunidade de deixar a sua marca e do seu povo para as gerações futuras. Em uma determinada cena, ele discute com o amigo Pelegue (interpretado pelo Hugo Carvalho) a importância da arte para aquela sociedade. Imagine, isso naquela época!”, define Ed Canedo, em entrevista ao Próximo Capítulo.

Como não poderia de deixar de ser, as gravações de Gênesis seguem os protocolos de prevenção à covid-19. “Trabalhar dentro das normas de segurança e distanciamento social está sendo uma experiência muito diferente de tudo que já vivi. Todos temos consciência da importância dos cuidados nesse momento. Se eu cuido de mim, consequentemente, eu cuido do outro”, comenta o ator.

Ed Canedo é um velho conhecido do público infanto-juvenil. Ele esteve na novela Carinha de anjo (SBT) e na série O colorido mundo de Dalton (TV Cultura), além de ter atuado numa adaptação de Sonho de uma noite de verão para crianças no teatro.

“Com o público infantil e juvenil a comunicação tem que acontecer, tem que ser clara, divertida, mesmo quando estamos falando de assuntos muito sérios. Não deve ser chata ou monótona ou intelectual demais. Se isso acontecer, eles não vão fingir que estão gostando, assim como o adulto. A conexão se perde na hora. E não podemos subestimá-los de forma alguma: O trabalho tem que ser tão inteligente, bem-feito e profundo quanto seria para o público adulto”, ensina.

Entrevista // Ed Canedo

Você está no elenco de Gênesis. As gravações já voltaram? Como está sendo a volta ao trabalho em meio a essa pandemia?
Sim, voltamos há algumas semanas. Trabalhar dentro das normas de segurança e distanciamento social está sendo uma experiência muito diferente de tudo que já vivi. A Record está sendo bem rígida nesse aspecto. Todos temos consciência da importância dos cuidados nesse momento. Se eu cuido de mim, consequentemente, cuido do outro!

Em Gênesis você vai viver o Sidom. O que pode adiantar desse personagem?
Sidom é um personagem muito diferente de todos que já interpretei: caçador, artesão, pintor e tantas outras coisas. Costumo brincar que ele é quase um Leonardo da Vinci da época. Ele é um homem muito dedicado a tudo o que faz e enxerga, através da Torre de Babel, uma oportunidade de deixar a sua marca e do seu povo para as gerações futuras. Em uma determinada cena, ele discute com o amigo Pelegue (interpretado pelo Hugo Carvalho) a importância da arte para aquela sociedade. Imagine, isso naquela época!

Sidom é um dos fundadores da Torre de Babel, criada para que os homens deixassem de se entender em uma língua apenas. Desde então a comunicação vem sendo um entrave para a humanidade. Como você, como ator, pode contribuir para que nos entendamos cada vez mais? A arte tem esse papel?
Quando represento um personagem que tem uma vida diferente ou completamente diferente da minha ou do público que assiste, abre-se a possibilidade para um olhar mais empático e a empatia é fundamental para a comunicação entre as pessoas. Sem ela, a comunicação não acontece, as relações se afundam, a intolerância prevalece. A arte tem, entre outros papéis, esse de representar os temas e as histórias que são importantes para a sociedade naquele momento e colocá-los em discussão.

Gênesis é sua segunda trama bíblica. Tem medo de ficar muito ligado a esse tipo de novela?
De forma alguma! Trabalho em diversas mídias e com diversos gêneros e me divirto com isso. Em um dia sou um caçador e artesão na cidade de Sinear e no outro dia sou um detetive particular que se transforma em lobisomem em noite de lua cheia. É aí que está a grande diversão da minha profissão. Sou um ator sempre aberto a diferentes gêneros e propostas.

Sua carreira é muito calcada no teatro, apesar de você fazer televisão e cinema também. Como você vê o futuro do teatro pós-pandemia? Essa arte teve e terá que se reinventar, não?
O teatro se reinventou e ainda está se reinventando. Eu acho isso maravilhoso. Acompanhei alguns trabalhos de algumas companhias exibidos pela internet e gostei muito do que vi. Esse casamento dessa arte tão antiga com a tecnologia está rendendo alguns bons frutos. Mas não podemos esquecer que teatro é encontro, é presença, independente do gênero teatral, e essa é uma questão que ainda deve render boas discussões.

Você já fez trabalhos ligados ao público infanto-juvenil como a novela Carinha de anjo (SBT) e a série O colorido mundo de Dalton (TV Cultura). Qual é a diferença entre falar com o público adulto e com o juvenil? A resposta do público é a mesma?
Além da novela e da série participei do premiado espetáculo Sonho de uma noite de verão, adaptação de Shakespeare para crianças, com direção do Maurício Vogue. Dentro da minha experiência, acho que com o público infantil e juvenil a comunicação tem que acontecer, tem que ser clara, divertida, mesmo quando estamos falando de assuntos muito sérios. Não deve ser chata ou monótona ou intelectual demais. Se isso acontecer, eles não vão fingir que estão gostando, assim como o adulto. A conexão se perde na hora. E não podemos subestimá-los de forma alguma: O trabalho tem que ser tão inteligente, bem-feito e profundo quanto seria para o público adulto.

Você está prestes a completar 40 anos. Isso pesa de alguma forma para você?
De forma alguma. Não sinto um peso. Sinto uma leveza. Hoje, sinto que tenho uma maturidade legal, que nunca havia tido antes e ainda me sinto jovem, faço coisas de jovem. Não trocaria esse momento da minha vida por nem um outro. E ainda por cima trabalho mais hoje do que trabalhava quando tinha menos cabelos brancos (risos).

Com 2020 chegando ao fim, você já tem planos para 2021?
Irei participar de um espetáculo teatral e uma websérie que ainda não posso divulgar. Esse ano aprendi que nossos planos não dependem só da gente. Então, eu desejo antes de tudo que em 2021 tenhamos uma vacina e estejamos todos bem e com saúde. O resto a gente inventa!