Nova temporada do Casa brasileira viaja o país e desembarca em Brasília, onde mostra os detalhes arquitetônicos de casas, hotéis e embaixadas
A capital federal é conhecida e reconhecida mundo afora pelos traços arquitetônicos de Oscar Niemeyer e Lucio Costa. No entanto, são as marcas de outros arquitetos de Brasília que serão celebradas no episódio de hoje do programa Casa brasileira, do GNT (com exibição às 21h30). Nomes como João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, Isay Weinfeld, Teodoro González de Léon, Abraham Zabludowsky e Franciso Serrano e dos integrantes do Studio Valéria Gontijo e Bloco Arquitetos representaram a cidade na atração.
Há 10 anos no ar, o programa resolveu rodar o Brasil para mostrar o melhor da arquitetura residencial. Até agora, passou por Rio de Janeiro e São Paulo. Neste domingo é a vez de Brasília e de Paraty. “Essa é uma temporada com mais variedade, no sentido de que, na maioria das temporadas, cada episódio era dedicado a um arquiteto, agora, são as cidades. Então traz mais variedade de casas e de arquitetos”, revela o apresentador Alberto Renault em entrevista ao Correio.
Novos temas também integram a temporada, como a escolha por residências de escritores, a exemplo de Jorge Amado e Fernanda Young, e, no caso de Brasília, a extensão para hotéis e embaixadas. “A casa é um lugar muito importante para os escritores, por ser um lugar onde muitas vezes eles trabalham. Quase todas elas foram transformadas em lugares de visitação. Então há um encantamento estético e da cultura que isso proporciona”, revela. Sobre a situação peculiar que a capital federal levantou no programa, Renault diz: “Uma das características de Brasília que eu quis representar foram as casas que são embaixadas”.
Projetos brasilienses
Das tantas embaixadas localizadas na cidade, a escolhida foi a Embaixada do México, que tem uma casa projetada por Teodoro González de Léon, Abraham Zabludowsky e Franciso Serrano, que possui uma arquitetura contemporânea. O lado mais clássico de Brasília vem de Mansão dos Arcos, obra de Lelé. O modernismo está nos trabalhos dos arquitetos do Studio Valéria Gontijo e do Bloco Arquitetos, assim como o projeto do B Hotel, de Isay Weinfeld.
“Não é um programa sobre Brasília, nem sobre as cidades, mas das casas que estão nas cidades. Não visitei monumentos, nem gravei em monumentos públicos. Dediquei-me a algumas residências tanto da arquitetura contemporânea, quanto modernista. Falei também de arquitetos de hoje em dia”, adianta. Renault destaca ainda a importância do céu na arquitetura candanga. “Não teve jeito, em todos os lugares, o céu faz parte da arquitetura de Brasília. Em todas as casas visitas, elas se complementam com o céu”, completa.
O processo de gravação da atual temporada, que levou a produção do Norte ao Sul do Brasil teve uma duração de quase dois anos. “É quase um ano só preparando projeto, porque são muitas circunstâncias. Gravamos em média de seis a sete residências em cada cidade e precisamos ver se todas as pessoas podem naqueles dias. Para dar tudo certo, são mais dois anos”, explica.
Duas perguntas // Alberto Renault, apresentador do programa Casa brasileira
Essa temporada conta com Fernanda Young. Como veio a ideia de incluir a casa dela?
Eu adoro a Fernanda Young e pensei nela quando estávamos falando de ponte área, de cariocas que moram em São Paulo, e paulistas que moram no Rio de Janeiro. Na maioria das vezes, são os arquitetos que assinam as casas que aparecem no programa. Excepcionalmente convido os moradores. Esse foi o caso de Fernanda. A casa dela é muito autoral, a cara dela.
Que lembranças guarda desse encontro com Fernanda Young?
Eu conhecia a casa dela. Ela era tão criativa quanto ela. Gostava muito de assistir ao programa. Foi uma tarde adorável, rimos muito. A conversa foi para vários assuntos. Foi uma entrevista deliciosa, uma lembrança muito cariosa. Fico feliz de poder homenageá-la com esse programa.