Escolinha do Professor Raimundo ganha quinta temporada. Personagens novos e homenagens a veteranos são as novidades. Welder Rodrigues representa Brasília no elenco!
De volta às aulas em pleno período de férias escolares. É a quinta temporada do humorístico Escolinha do Professor Raimundo, que traz atores revivendo personagens criados por Chico Anysio e defendidos por “amados mestres” do humor nacional. Sob a direção de Cininha de Paula, o programa estreia nesta segunda-feira (8/7) no Viva e dia 28 deste mês na Globo.
O Professor será mais uma vez vivido por Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio. Voltam ao programa os alunos Rolando Lero (Marcelo Adnet), Aldemar Vigário (Lúcio Mauro Filho), Dona Bela (Betty Gofman), Dona Cacilda (Fabianna Karla), Seu Boneco (Marcius Melhem), Patropi (Marco Luque), Baltazar da Rocha (Otavio Muller), Seu Peru (Marcos Caruso), Dona Catifunda (Dani Calabresa), Joselino Barbacena (Ângelo Antônio), Cândida (Maria Clara Gueiros), Seu Batista (Rodrigo Sant’Anna), Zé Bonitinho (Mateus Solano), Marina da Glória (Fernanda de Freitas), Eustáquio (Érico Brás), Armando Volta (Evandro Mesquita), Dona Capitu (Ellen Rocche), Galeão Cumbica (Kiko Mascarenhas) e Nerso da Capitinga (Gui Santana). Alguns personagens estreiam nesta temporada, como o professor Capilé Sorriso (George Sauma) e os alunos João Canabrava (Marcos Veras), Mazarito (Leandro Hassum), Suppapou Uaci (Welder Rodrigues) e Seu Fininho (Paulo Vieira).
Outra novidade é que cenários novos, como o refeitório da merenda de Seu Boneco, serão incluídos. Além disso, homenagens serão prestadas aos atores que criaram os personagens. Orlando Drummond emocionou o elenco ao gravar como o icônico Seu Peru ao lado de Marcos Caruso, que vem chamando a atenção com o personagem desde a primeira temporada.
Brasília na Escolinha
Representante da capital federal no elenco, Welder Rodrigues, conhecido por aqui pela trupe Os melhores do mundo, caiu nas graças do humor da Globo. Depois de emplacar no Zorra e de brilhar no Tá no ar: A TV na TV, Welder estreia como o índio Suppapou Uaci nesta temporada da Escolinha.
O personagem, vivido originalmente por Jaime Filho, era um dos preferidos de Welder desde os tempos em que ele via a Escolinha do Professor Raimundo aqui na capital federal sem pensar que um dia estaria sentado numa das carteiras da sala de aula. Além disso, Welder é neto de índio, o que o aproxima ainda mais de Suppapou Uaci.
“Eu já achava incrível o índio ter respostas afiadas para o Professor. Foi por isso que eu escolhi o personagem, e acho que não mudou muito, não. É importante falar do índio nos dias atuais”, conta Welder ao Correio.
O humorista ainda comemora o fato de estar em contato com o universo criado por Chico Anysio, que empresta a voz ao personagem Deus na peça Hermanoteu na terra de Godah, do repertório dos Melhores do mundo.
“Ele (Chico Anysio) não foi o maior humorista do Brasil. Ele foi o maior ator do Brasil, o cara mais completo que já trabalhou aqui. É o nosso deus”, afirma o ator.
De volta
Quem está de volta à Escolinha (será que repetiu de ano?) é Seu Patropi, personagem defendido por Marco Luque. “É muito gratificante ter a oportunidade de interpretar um personagem feito por um grande nome como o Orival Pessini, que é um ícone, mas também tenho a minha visão sobre o Patropi nessa nova temporada”, comemora Luque, em entrevista ao Correio.
Viver um personagem conhecido e criado há muitos anos pode trazer a necessidade de atualização dele. Luque explica que isso tem que ser feito, mas com cuidado: “Os tempos mudaram e os pensamentos também, mas não deixamos nossa essência de lado. Isso acontece da mesma forma com o personagem. O que trabalhamos com o Patropi, na verdade, foi a adaptação dele para os dias atuais, conectando com o cenário mais contemporâneo, mas mantendo sempre a essência dele.”
Sobre o medo de esbarrar no politicamente correto, Welder Rodrigues e Marco Luque comentam que é um desafio, mas não é impossível. “Eu sou da escola do Chico Anysio. Existem dois tipos de humor: o engraçado e o sem graça. Eu tento fazer o engraçado”, minimiza Welder.
“Dentro do humor é importante entender os limites com aquilo que estamos abordando e até onde isso continua sendo apenas uma brincadeira ou fere alguém. O respeito e a educação, para mim, sempre foram a base de tudo, em todos os contextos”, completa Luque.
Leia entrevista completa com Welder Rodrigues!
Qual é a sua relação com a Escolinha?
A relação de muitos brasileiros, a empatia. É um programa que fez e faz parte da vida de muita gente com o gênio que nós seguimos, o Chico Anysio.
E com a obra do Chico Anysio? Ele é uma influência para você?
Ele não foi o maior humorista do Brasil. Ele foi o maior ator do Brasil, o cara mais completo que já trabalhou aqui. Eu também tenho uma relação pessoal com ele. O Chico assistiu a uma peça da minha Companhia de comédia Os melhores do mundo e virou um padrinho nosso, tanto que a voz de Deus na peça Hermanoteu na terra de Godah, que está em cartaz ainda hoje, é a voz do Chico – o nosso Deus.
Interpretar um papel que foi de outro ator deve exigir cuidados. Como foi essa experiência? Deu um certo receio?
Nenhum receio porque quando você faz com amor e respeito é tranquilo. Homenagear um colega é sempre incrível.
Teme as comparações ou deu uma cara completamente sua ao personagem?
Nenhum temor, só alegria e respeito pelo que o meu colega já havia feito no passado. É uma alegria imensa estar fazendo Escolinha com tanta gente bacana.
Como manter atual um personagem criado há muitos anos e num mundo em que a visão do índio mudou?
Eu já achava incrível o índio ter respostas afiadas para o Professor. Foi por isso que eu escolhi o personagem, e acho que não mudou muito não. É importante falar do índio nos dias atuais.
Houve preocupação com o limite do politicamente correto na construção do personagem? Como lida com isso?
Não. Eu sou da escola do Chico Anysio. Existem dois tipos de humor: o engraçado e o sem graça. Eu tento fazer o engraçado.
Você já teve um personagem seu vivido por outro ator? Teve ou teria ciúmes?
Não teria ciúme nenhum. Se eu tiver a honra de deixar um legado para as próximas gerações, eu vou achar incrível.