Séries de televisão se inspiram em casos reais para misturar ficção e verdade em atrações como Assédio, que chega nesta semana à TV aberta, e Chernobyl, nova minissérie da HBO
É tênue a linha que separa a ficção da vida real em algumas produções. É o que acontece em duas aguardadas minisséries cujas estreias estão programadas para os próximos dias: Assédio chega à Globo na próxima sexta-feira depois de passar no Now e no Globoplay; e Chernobyl é atração da HBO a partir de 6 de maio.
Com muita coragem e competência, Assédio ー escrita por Maria Camargo com base no livro A clínica: A farsa e os crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga ー traz a tragédia vivida pelas mulheres vítimas do médico Roger Abdelmassih, aqui batizado de Roger Sadala e interpretado com vigor por Antonio Calloni.
Com uma narrativa que, às vezes, lembra a linguagem documental, os 10 episódios de Assédio acompanham os dramas das pacientes Stela (uma perfeita Adriana Esteves), Eugênia (Paula Possani), Maria José (Hermila Guedes) e Vera (Fernanda D’Umbra) e da recepcionista Daiane (Jéssica Ellen) ー todas vítimas de Roger, que abusava sexualmente delas quando elas procuravam tratamento para engravidar. Além do abuso em si, elas têm que enfrentar o medo e o sentimento de culpa, fora que o marido delas algumas vezes não as compreendem.
Acidente nuclear é mote para Chernobyl
A explosão na usina de Chernobyl, em abril de 1986, serve como mote para a série da HBO, Chernobyl, que estreia em 6 de maio e terá 5 capítulos. Sob a direção de Craig Mazin, a série traz Stellan Skarsgard e Emily Watson à frente do elenco.
Ele será Boris Shcherbina, vice-presidente do Conselho de Ministros e chefe do Departamento de Combustível e Energia da URSS, e ela, Ulana Khomyuk, física nuclear que quer descobrir as causas do acidente e um jeito que ele não se repita. Completa o elenco principal Jared Harris como Valery Legasov, designado para determinar a causa do desastre
O “jogo de empurra” da culpa entre os responsáveis pela usina vai crescer ao ponto de superar a preocupação imediata com as famílias dos 31 mortos e das centenas de pessoas feridas ou contaminadas na explosão do reator.
Outras séries baseadas na realidade
American Crime Story ー A série tem duas temporadas. A mais recente, O assassinato de Gianne Versace, está disponível no catálogo da Netflix. Com Penélope Cruz e Rick Martin no elenco, a produção ganhou dois Globos de Ouro (melhor série para a tevê e melhor ator, para Darren Criss) e 7 Emmys, entre os quais o de melhor série.
Special ー Recentemente incluída no catálogo da Netflix, Special tem um grande pé na realidade. Isso porque o criador e ator da dramédia, Ryan O’Connell, tem paralisia cerebral e é gay, assim como o protagonista, que também se chama Ryan. A ação gira em torno das dificuldades e preconceitos enfrentados por ele.
A very english scandal ー A minissérie é uma das sensações da temporada no catálogo do Globoplay. Na produção da BBC inspirada em caso real, Hugh Grant é Jeremy Thorpe, político que temeu o escândalo que seria a descoberta do ex-amante Norman Josiffe (Ben Whishaw). Isso poderia arruinar a carreira dele, na década de 1960. A série é rapidinha ー com três episódios ー e ainda tem Alex Jennings no elenco. Ben Whishaw levou o Globo de Ouro de melhor ator coadjuvante em minisséries para a TV pelo papel.