Todo fã de série sabe: o verdadeiro desafio de uma produção é sobreviver ao segundo ano. Diferente do piloto, uma segunda temporada requer todas as qualidades técnicas de uma série (desenvolvimento, plots, personagens), mas com bem menos tempo e recurso. E no desafio de fogo, Young royals definitivamente não passou.
É até complicado tentar fazer uma sinopse da nova temporada que chegou à Netflix em outubro. Grande parte do enredo é apenas mais do já visto no primeiro ano.
Wilhelm (Edvin Ryding), o jovem protagonista, está de volta ao internato de Hillerska. Para quem não se lembra, o grande plot na temporada de estreia de Young royals era a paixão de Wil e Simon (Omar Rudberg) — o príncipe e o plebeu.
E se no último ano o público acompanhou a dificuldade do futuro rei da Suécia em se assumir publicamente como gay, no segundo ano o tema retorna — e se repete por grande parte de todos os novos seis episódios. Simon até que ensaia uma evolução (ao tentar namorar Marcus — interpretado por Tommy Wättring), mas o roteiro sempre volta o personagem para uma “estaca zero” com Wil.
O elenco coadjuvante, que surpreende na primeira temporada pela vital construção do enredo, agora é levado em banho maria de uma forma sonolenta e repetida.
August (Malte Gårdinger) volta ao lugar comum de vilão. O pior é como a história do primo do príncipe não anda. Ele não sofre consequências dos — terríveis — atos e encara uma rixa sem sentido com Wil (afinal, já que ficou claro o quanto a rainha está disposta a lhe dar suporte financeiro).
Agora como “aliada”, August tem Sara (Frida Argento). A irmã de Simon é uma das poucas que ainda seguem com um pouco de camadas, que navegaram entre o “bem” e o “mal” ao longo dos episódios, mas mesmo assim sem a intensidade da primeira temporada.
Felice (Nikita Uggla) é a perda mais profunda. A personagem ficou sem a mínima âncora na segunda temporada indo do nada para lugar nenhum.
O balanço final desta segunda temporada é que Young royals tinha muito para ser grande e mais do que uma simples “série teen” (com todos os preconceitos do termo), mas parece ter escolhido o caminho da simplicidade e da repetição.
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