”Tinder dos concurseiros”: conheça grupo no Facebook feito para encontrar seu par

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Letícia Cunha* e Victória Olímpio* – Quem acha que os concurseiros vivem apenas de apostilas e livros está muito enganado! A maioria quase sempre faz parte de um grupo de estudos, virtual ou não, e conhecer alguém interessante pode ser inevitável. É o caso do grupo no Facebook “Amor de concurseiros 2.0”, criado em 2014 e está ai para provar que qualquer brecha entre uma aula e outra pode resultar num match.

Com muito bom humor, os integrantes postam fotos próprias se apresentando disponíveis ao amor e traçam o perfil da pessoa amada: loiro (a), moreno (a), alto (a), baixo (a)… entre outros atributos físicos e de personalidade também. As piadas também correm soltas.

Com mais de 46 mil membros, o grupo recebe postagens todos os dias, de pessoas querendo encontrar alguém que more perto ou opiniões sobre estudos e relacionamentos. Há, também, grupos de bate-papo para que os membros possam se conhecer melhor.

Foto: Divulgação/Facebook
Foto: Divulgação/Facebook
Foto: Divulgação/Facebook
Foto: Divulgação/Facebook

 

Amor verdadeiro

Além das piadas, os encontros no grupo podem dar certo! Como aconteceu com Cecília Silva e Francisco Nascimento. Eles se conheceram no grupo há três anos e estão junto até hoje!

Cecília tinha acabado de passar no concurso da Empresa de Assitência Técnica e Extenção Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG), era seu primeiro emprego. Ela mudou para Brasilândia de Minas, um município a um pouco mais de 200km da cidade natal, para o novo emprego. Mesmo satisfeita com a empresa, decidiu estudar para outros concursos, como o Tribunal Federal, a fim de ganhar mais estabilidade. “Quero mudança, pois gosto de desafios”, explica Cecília. Para se manter informada sobre concursos ela resolveu participar de vários grupos no Facebook referentes ao assunto, e, no meio desses, se deparou com o Amor de Concurseiro 2.0.

No grupo, ela conheceu Francisco Nascimento, um policial militar de Natal, Rio Grande do Norte, também de volta à rotina de estudos. Inicialmente, conversavam apenas como amigos, até que o interesse surgiu. Apesar da distância – 2 mil quilômetros -, começaram, depois de quatro meses, a namorar.

O primeiro encontro dos dois tinha que ser fazendo um concurso! Foi aos dez meses de namoro, em Teresina, para realizar a seleção do Tribunal da Justiça. “Tínhamos que arrumar um pretexto para nos ver. Não tínhamos tempo, já que os dois trabalham, e já havíamos tirado férias aquele ano. Então aquela prova foi à desculpa que precisávamos para nos encontrar”, revela Cecília.

 

Foto: Arquivo pessoal

Trabalho x estudos x relacionamento à distância

Segundo os dois, conciliar estudos com trabalho e um relacionamento é um desafio. Ela trabalha das 8h às 17h, e reserva a noite para estudar. Já o expediente de Francisco tem um horário menos extenso: das 7h às 13. Francisco também tem uma rotina corrida e, assim como a namorada, pretende mudar de carreira. Apesar de gostar da atuação atual, almeja novas experiências, e atualmente estuda para algum concurso público na área tribunal ou fiscal. É formado em química, lecionou a matéria alguns anos e começou a estudar para concursos, até que passou na PM.

Todos os dias eles se falam por chamada de vídeo. Aproveitam e estudam juntos, dividem os custos dos materiais dos concursos, o que, segundo os dois, faz ficar mais fácil financeiramente para ambos. Cecília conta que o fato terem o mesmo objetivo é fundamental para o relacionamento dar certo. Os dois têm as mesmas ambições, como motivação para estudar e aspiração por maior estabilidade financeira.

O casal se vê, em média, duas vezes ao ano. As férias um do outro são em datas divergentes, para possibilitar as visitas. O plano é passar em um concurso na mesma cidade, para, assim, morarem juntos. Eles dizem que, por mais que a vontade seja de ficar juntos, não acham viável largar um emprego estável por causa de relacionamento. Pensam no futuro, em formar uma família, já que ambos gostam muito de crianças. “Acho que a maior motivação é nossa vontade de ficarmos juntos, e sabemos que só através dos estudos isso será possível”, diz Cecília.

Pensando menos no futuro e mais no agora, Cecília e Francisco planejam onde passar as férias de janeiro, que dessa vez resolveram tirar na mesma época para poderem viajar juntos. Não conseguiram decidir o local, mas sabem que será alguma praia do Nordeste. “Com toda a dificuldade, superamos a cada dia”, finaliza a moça.

  • O grupo é fechado, é necessário pedir autorização para entrar. Veja o grupo aqui. *Estagiárias sob a supervisão de Lorena Pacheco