Pioneiro em elaborar provas no padrão certo (C) ou errado (E) dotado de fator de correção, em outras palavras, quando uma resposta errada anula uma certa, o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) é comumente identificado como a examinadora que só utiliza essa metodologia. Contudo, esse senso comum não corresponde mais à realidade. Outras bancas organizadoras de concursos públicos vêm atualmente acatando o ponto negativo nas suas correções – e assustando muito concurseiro país afora. Como é o caso do edital recém-lançado do Iprev-DF, organizado pelo Instituto Quadrix.
O subitens 14.5.3 e 14.5.4 do referido documento traz uma fórmula matemática que será utilizada na correção das provas. O professor de língua portuguesa do Gran Cursos Elias Santana explica que a conta matemática não é motivo de preocupação. “A expressão ‘uma errada anula uma certa’ é utilizada na linguagem popular, portanto não vai bem em um documento como esse, aí o que a Quadrix faz ,como o Cebraspe fez por muitos anos, é apresentar esta conta bastante complicada no edital. No caso do concurso do Iprev, o que ele está dizendo é o seguinte: que uma errada irá anular uma certa na parte objetiva, assim como na parte específica, ou seja, vai anular uma questão na prova toda. Não se assuste com essa conta feia”, brinca o professor.
Também podemos ver essa metodologia no mais recente edital da Polícia Penal do Distrito Federal (PP-DF), organizado pelo Instituto AOCP. O exame foi constituído por 150 questões no modelo certo ou errado. Santana afirma que “o candidato precisa ter em mente que, quando se faz uma prova de certo ou errado, é medido também o discernimento do candidato, por isso é muito importante que o candidato, durante a sua preparação para concursos públicos, teste em simulados qual é seu desempenho nisso”. Para tanto, ele listou para o Papo as seguintes orientações:
Cabe salientar que, apesar de ser conhecida nacionalmente, entre outros atributos, por ser a banca organizadora de seleções e concursos públicos que utiliza o método de avaliação em que uma resposta errada anula uma certa, o Cebraspe nem sempre emprega o temido critério. Segundo a examinadora, a metodologia de correção é recomendada pelo Cebraspe, porém é facultado à instituição contratante optar ou não por ela. Saiba mais sobre o Método Cespe de avaliação aqui.
Elias destaca também a importância de se ler todo o edital de abertura, para evitar indesejadas surpresas. “Confesso que me é incompreensível o fato de o candidato estar ali se inscrevendo numa prova de concurso público, sabendo que ali está em jogo o futuro dele, o emprego, a remuneração, a função, o trabalho… e, sabendo de tudo isso, não fazer a leitura completa do edital… Então ter conhecimento do regulamento é saber o que é necessário para obter um cargo público.”
*Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco
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