Do CorreioWeb A Operação Tormenta, desencadeada em junho deste ano para investigar irregularidades em diversos concursos públicos de âmbito federal, ganhou um novo capítulo nesta semana. A Polícia Federal (PF) descobriu que também houve fraudes nos concursos realizados pelo órgão nos anos de 2001 e 2004. A descoberta foi feita por meio de um software desenvolvido pela instituição, que já foi utilizado para auditar 75 seleções. No desdobramento da investigação, na qual a PF percebeu que houve uma série de irregularidades no certame para agentes promovido em 2009, também surgiu a informação de que dois concursos realizados anos antes contaram com sete candidatos que tiverem acesso aos gabaritos antes das provas. Estas pessoas compõem hoje o quadro da corporação. Todos foram indiciados por crime de estelionato. Um deles, que já está preso, também foi indiciado por formação de quadrilha. Os suspeitos responderão a processo administrativo disciplinar e poderão ser desligados da instituição. Até o momento, a PF já ouviu mais de 240 pessoas para tentar coletar o maior número de dados para encontrar os responsáveis pelos crimes. Ao todo, 10 permanecem presas.
Foram constatadas fraudes nos processos seletivos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Receita Federal (RFB), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da PF. As investigações relativas aos dois últimos concursos já foram concluídas e enviadas para avaliação do Judiciário. A expectativa é de que até o final do ano o restante dos trabalhos seja finalizado.
Software O programa utilizado pela PF cruza os gabaritos das provas objetivas e avalia a chance de dois candidatos terem respostas iguais. De acordo com a instituição, a ferramenta não comprova fraudes, mas direciona investigações. A assessoria de comunicação do órgão informou que por ser uma nova tecnologia, apenas a PF tem acesso. Há possibilidade de que, no futuro, sejam firmados acordos para disponibilização da ferramenta à empresas organizadoras de concursos.