Lorena Pacheco – Do CorreioWeb O concurso público realizado para o cargo de técnico operacional júnior da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), em 2003, pode ter sido fraudado. De acordo com denúncia feita no dia 30 de abril pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA), seis pessoas teriam alterado o resultado final do certame. Entre os acusados está o diretor presidente do Serviço Nacional de Seleção Pública (Senasp), empresa organizadora da seleção, e cinco candidatos que conseguiram ser aprovados nas primeiras colocações. A própria ECT acionou o ministério quando percebeu indícios de erros entre o relatório geral de notas apresentado pela Senasp e as notas divulgadas pelo Diário Oficial da União. Segundo o documento, os cinco denunciados não obtiveram a pontuação mínima para classificação, e os cartões de resposta apresentavam gabaritos idênticos, inclusive com os mesmos erros. O concurso foi anulado pelos Correios em 2005, porém as investigações apontaram que quatro dos candidatos denunciados ainda estavam empregados na empresa e que três deles eram alunos de uma instituição de ensino superior presidida pelo diretor presidente do Senasp. Segundo o procurador da República André Batista Neves, se as denúncias forem comprovadas, os acusados devem perder a função pública e ser condenados por falsidade ideológica, com pena de multa e reclusão de um a cinco anos. Contratações Mesmo com as denúncias de fraude, as contratações nos Correios estão a todo vapor. De acordo com dados da empresa, das 9.190 vagas oferecidas no último concurso público realizado em 2011, a ECT contratou 771 candidatos a mais que o previsto, totalizando 9.961 nomeações. E não para por aí. Recentemente os Correios solicitou autorização ao Ministério do Planejamento (MP) para a criação de 13.727 vagas de nível médio. A maioria dessas oportunidades será destinada à área operacional, que engloba postos como os de carteiro, atendente, operadores de triagem e de transbordo.