Cristiane Bonfanti – Do CorreioWeb Depois da descoberta de uma quadrilha que fraudava concursos públicos federais há pelo menos 16 anos (veja abaixo), o governo federal decidiu reagir. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, determinou a criação de um grupo de trabalho para propor medidas de segurança para a realização de seleções públicas de órgãos do governo. Em nota, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP) informou que a proposta é “reforçar a transparência das seleções”. Instituído por meio de portaria interna do Ministério, o grupo será composto por representantes das secretarias de Gestão, Executiva, de Recursos Humanos e de Logística e Tecnologia da Informação. Os profissionais da pasta vão apresentar soluções em até 30 dias. Operação Tormenta A Polícia Federal desencadeou na última quarta-feira (16/6) a Operação Tormenta, que resultou na eliminação de seis aprovados no concurso para agente da própria corporação e na prisão de 12 integrantes de uma quadrilha. O grupo criminoso fraudava concursos públicos em todo o Brasil. Além de acessar questões do concurso da PF, o grupo conseguiu as provas do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e do concurso da Receita Federal (Auditor-Fiscal/1994). A PF identificou pelo menos 53 candidatos que tiveram acesso à prova de Agente Federal e 26 à da OAB. Há indícios de que 41 concorrentes conseguiram os cadernos de provas da Receita Federal. Outras tentativas Mesmo após a descoberta do vazamento da prova da OAB, o grupo criminoso tentou, sem sucesso, fraudar os concursos da Caixa Econômica Federal, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Santa Casa de Santos e da Defensoria Pública da União (DPU).