Guilherme de Almeida – Do CorreioWeb* A Justiça Federal no Rio de Janeiro recebeu nesta semana denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra dez acusados de fraudar o concurso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), lançado em 2007. No entanto essa seleção não se confunde com o último concurso da PRF, organizado em 2009 pela Funrio, e que também está temporariamente suspenso por conta de suspeitas de fraude. A prova da seleção em questão seria aplicada em dezembro de 2007, mas teve que ser cancelada por recomendação do MPF, após a descoberta de que um gabarito da avaliação objetiva tinha sido roubado. Na ocasião, mais de 190 mil candidatos seriam submetidos às provas escritas, aplicadas nas regiões Norte e Centro-Oeste, inclusive em Brasília (DF). O concurso oferecia 340 vagas reservas para o cargo de policial rodoviário e contava com a organização do Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois de analisar os telefonemas trocados pelos investigados, o Ministério Público mapeou o esquema e concluiu que o responsável pelo furto da prova na gráfica contratada para imprimi-la foi o servidor do NCE José Augusto Barbosa. Já outros dois servidores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Sales Ximenes e Aragão e Aluisio Gomes da Silva, se encarregaram de repassar a prova para o candidato Jayth Rodrigues Maurício, que a repassou para outros cinco concurseiros. A pedido do Ministério Público, a Justiça também bloqueou os bens dos réus visando a reparação dos prejuízos aos cofres públicos, estimados na bagatela de R$ 10 milhões pelos procuradores federais. Os suspeitos atualmente respondem pelos crimes de corrupção ativa e passiva, receptação (recebimento de produto de crime), peculato (desvio de bens públicos por servidor) e violação de sigilo funcional. De acordo com os relatórios produzidos pela polícia, cada gabarito era vendido por R$ 40 mil. *Com informações do Ministério Público Federal no RJ